Pai diz que irmãos acusados pelo ataque de Boston são inocentes

Serviços secretos americanos armaram “armadilha” para garotos, diz.

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Um homem que se apresentou como o pai dos irmãos Tsarnaev, suspeitos do atentado de Boston, disse que seus filhos são inocentes e que foram metidos em uma "armadilha", em declarações à agência russa Interfax.

"Creio que os serviços secretos (americanos) montaram uma armadilha a meus filhos porque são crentes muçulmanos", disse Anzor Tsarnaev desde Majachkala, capital da república russa do Daguestão.

"Me inteirei do ocorrido pela televisão. Minha opinião é que os serviços secretos perseguiram meus filhos porque são crentes muçulmanos", disse.

"Por que mataram Tamerlan (o mais velho dos irmãos Tsarnaev)? Tinham que tê-lo prendido vivo", criticou.

"O menor escapou. Estudava no segundo ano na faculdade de Medicina nos EUA. Esperávamos ele para as férias. Agora, não sei o que se passará. Insisto: o serviço secretos armaram uma armadilha para meus filhos", disse.

Um tio distante deles, entrevistado pela imprensa americana, disse que os dois eram culpados e "perdedores".

Os dois suspeitos do ataque terrorista na Maratona de Boston são dois irmãos de origem chechena e moravam legalmente nos EUA havia cindo anos, segundo as autoridades americanas.

Eles se diziam religiosos, veneravam a causa da independência da Chechênia, hoje república russa, e praticavam luta.

Um dos suspeitos do ataque foi morto após perseguição policial na madrugada desta sexta, e outro era caçado na região de Boston.

Dzhokhar A. Tsarnaev, de 19 anos, é o suspeito número 2, que é perseguido. O suspeito morto éa Tamerlan Tsarnaev, de 26.

Eles são moradores de Cambridge.

Uma autoridade de segurança nacional disse à agência Reuters que os irmãos viviam havia muitos anos nos EUA, e que o governo trabalha com a hipótese de que o atentado tenha sido motivado por extremismo islâmico.

A Chechênia é uma república da Federação Russa, com um governo apoiado por Moscou em Grozni.

A região é palco de incidentes violentos provocados por insurgentes separatistas islâmicos.

Em um perfil em uma rede social russa, o irmão mais jovem afirma ser islâmico e que suas prioridades na vida eram carreira e dinheiro.

Os dois moram em Cambridge, cidade vizinha a Boston e conhecida pela prestigionsa universidade de Harvard.

Um tio deles, Ruslan Tsarni, disse à TV local que os irmãos cresceram no Quirguistão.

A família deles deixou a Chechênia nos anos 1990, por conta do sangrento conflito no país, que se envolveu em duas guerras com Moscou.

Eles moraram no Cazaquistão, antes de ir para os EUA, onde moraram por cerca de cinco anos.

Tamerlan, o que morreu, estudava engenharia na escola Bunker Hill Community College, em Boston.

Em 2009, ele foi preso por violência contra a mulher, após ter agredido a namorada, segundo um site policial local.

Tamerlan praticava boxe na escola Wai Kru de artes marciais mistas.

Em reportagem publicada no site da escola, ele diz que "não tem amigos americanos" e que "não os entende".

Ele se define como "muito religioso" e abstêmio.

Em seu canal do YouTube, Tamerlan tem vários vídeos referentes ao Islã e a terrorismo. Esses últimos estão cancelados.

O mais novo, Dzhojar, estudou entre 1999 e 2001 na escola de Majachkala, no Daguestão, vizinho da Chechênia.

Depois, nos EUA, estudou na Cambridge Ringe & Latin School, um colégio secundário frequentado por estrangeiros.

Ele praticava luta livre na escola.

Erin Mecado, colega do mais novo, disse à CNN que ele era um "bom amigo".

A página do suspeito na rede russa também revela um senso de humor em torno de sua própria identidade como membro da minoria rebelde do Cáucaso, área no sul da Rússia que inclui a Chechênia, o Daguestão, a Inguchétia e outras regiões predominantemente muçulmanas que vive há duas décadas sob clima de conflito, desde a queda da União Soviética.

Ele postou a seguinte piada: "Um carro passa com um cara da Chechênia, um do Daguestão e outro da Inguchétia dentro. Pergunta: Quem está dirigindo?" Resposta: a polícia.

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