Um casal de dependentes químicos oferecia sedativos à própria filha para fazê-la dormir e, assim, poderem colocar o sono em dia. O abuso infantil, que ocorreu na cidade de Nailsworth, na Inglaterra, foi revelado pelo tabloide britânico Daily Mail.
A mãe, de 41 anos, e o pai, de 40, obrigaram a filha de dois anos a tomar paracetamol líquido ? indicado para crianças com mais do que o dobro dessa idade ? durante um ano e meio. Assim, as chances de a menina acordar e incomodar o sono dos pais era menor, ouviu a corte de Gloucester Crown.
Na ocasião, também foi afirmado que algumas vezes a criança era medicada com diazepam, remédio para tratar ansiedade e agitação.
O drama da pequena começou antes mesmo de ela nascer. Após o nascimento, a menina precisou ser alimentada por um tubo nasal, em razão ao uso que a mãe fazia de diazepam e metadona ? um substituto da heroína ? durante a gravidez, o que prejudicou o bebê.
Ao invés de tirar o tubo da menina gradativamente, o casal preferiu continuar o uso dos medicamentos, pois isso era mais fácil para eles, afirmou o promotor Kannan Siva.
Em junho de 2011, a menina foi deixada aos cuidados de uma tia, após os pais, que se conheceram na reabilitação, contarem a uma assistente social o que vinham fazendo.
O juiz Jamie Tabor criticou as práticas do casal, classificando-as como "extremamente estúpidas", e disse que deveria tê-los prendido se não fosse pelo fato de que isso privaria a filha de receber visitas supervisionadas semanais dos pais.
? Os pais de qualquer criança irá sofrer com noites mal dormidas porque o bebê está inquieto, por uma razão ou outra. Vocês escolheram oferecer os medicamentos, que não são indicados para crianças dessa idade, e também escolheram ficar tranquilos a respeito disso. Vejo diante de mim um homem completamente inadequado e uma mãe que estava mais preocupada consigo mesma do que com sua filha.
Após as palavras do juiz, os pais admitiram as práticas cruéis contra a menina entre setembro de 2009 e junho de 2011, mas a mãe nega que tenha feito isso deliberadamente.
Ambos tiveram suas penas reduzidas: a mulher de 24 para 18 meses, enquanto o marido ficou com uma pena de 12 meses e não mais 24, como no início. O casal foi colocado sob toque de recolher entre 20h e 06h, por um período de seis meses, e podem visitar a filha aos finais de semana sob supervisão.
A menina, que vive com uma tia, está saudável e alimentando-se bem.