Durante entrevista, o papa Francisco advertiu neste domingo que a humanidade está "à beira do irreversível" por maltratar a criação e que, se seguir a "este ritmo", não haverá sequer um mundo para cuidar. Francisco advertiu que os seres humanos "tem uma má relação com a criação neste momento".
Para o papa, "vivemos em um sistema no qual, por ganhar dinheiro, o homem se deslocou do centro", dando lugar a estruturas de corrupção, "com escravidão e distração da criação".
"Quando me aproprio dessa maneira com suficiência e soberba, além dos limites que a própria natureza está me dando, começo a criar a incultura. Se seguirmos a este ritmo, não haverá o que cuidar. Trata-se de cuidar da criação. Estamos à beira do irreversível", advertiu.
O máximo pontífice disse que "dói" o "sentido utilitário da amizade", quando as pessoas querem tirar proveito em ser amigo de alguém.
"Eu me senti usado por gente que se apresentou como amiga e que eu talvez não tenha visto mais do que uma ou duas vezes na vida, e usou isso para seu proveito. Mas é uma experiência pela qual todos passamos. Eu nunca tive tantos amigos entre aspas como agora. Todos são amigos do papa. A amizade é algo muito sagrado", disse.
O papa sustentou que, pelo pecado, fomentam a "cultura da inimizade". Esta cultura, explicou, vai "desde a guerra até as intrigas dos bairros ou no local de trabalho, onde um difama o outro com muita liberdade, por assim dizer, de forma natural para de ter uma posição mais poderosa ou alguma outra coisa", afirmou.