O papa Francisco pediu perdão pelas feridas e ofensas provocadas à população da cidade chilena de Osorno, dividida pela designação do bispo Juan Barros - acusado de encobrir abusos sexuais -, em mensagem lida por um de seus enviados, monsenhor Charles Scicluna, durante missa realizada neste domingo (17) na Catedral San Mateo de Osorno.
Os enviados papais Scicluna e Jordi Bertomeu presidiram a missa que buscava reparar e reconciliar uma comunidade profundamente dividida pela designação de Juan Barros como bispo em 2015, acusado de encobrir os atos de pedofilia do influente sacerdote Fernando Karadima - escândalo que desencadeou a pior crise da Igreja no Chile.
Todos os bispos chilenos, incluindo Barros, renunciaram durante reunião no Vaticano com o papa em maio, em meio a duras críticas do pontífice pelo tratamento que o clero do país deu às denúncias de pedofilia.
Francisco, que defendeu Barros em sua primeira visita ao Chile em janeiro, decidiu aceitar sua renúncia assim como a dos outros bispos. Apesar disso, os leigos afirmaram no domingo, minutos antes do início da cerimônia, que esta "não é uma missa de reparação e nem de reconciliação", e manifestaram em comunicado lido por Mario Vargas, representante dos Leigos de Osorno, que "hoje se inicia um longo processo de cura que certamente durará muito tempo".