Paquistão registra o saldo trágico de 1.200 mortes

Autoridades do país temem que doenças se propaguem com as inundações

Pasquistão | Reprodução do R7
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Ao menos 1.200 pessoas morreram devido a eventos associados com as chuvas que provocam as piores inundações no Paquistão em 81 anos, informou nesta segunda-feira (2) a agência de notícias France Presse. A rede de TV americana CNN mantém o saldo 1.100 mortes, enquanto o jornal paquistanês Pakistan Times publicou que o número de mortos já alcança 1.300.

O jornal paquistanês publicou que apenas na Província de Khyber Pakhtunkhawa mais de 800 pessoas morreram. Na região, 300 casas foram totalmente engolidas pelas águas. Muitas histórias dramáticas surgem, como a de 11 membros de uma mesma família que morreram após o telhado de sua casa cair em Kabal, na mesma Província.

Apenas em Khyber Pakhtunkhawa, ainda há 104 pessoas desaparecidas. Na região, 90 rodovias e estradas foram danificadas e 58 rotas de acesso também foram fechadas para o trânsito.

O aumento de mortos ocorreu principalmente por registros nas regiões do Punjad, Balochistão, Gilgit-Baltistão e Azad Kashmir. Principalmente na última região, parte da Caxemira, houve um grande número de mortos, que o Pakistan Times coloca em 494.

O número de afetados em todo o país subiu para 1,5 milhão de pessoas.

Algumas das regiões mais atingidas já são castigadsa pela violência atribuída aos insurgentes Taleban e a grupos vinculados à rede terrorista Al Qaeda.

Doenças preocupam autoridades paquistanesas

As autoridades paquistanesas advertiram para a propagação de cólera e gastrointerites, por causa da falta de água potável, informando que ainda continuam retirando afetados no Distrito de Swat. O ministro da Saúde da Província de Khyber Pakhtunkhawa, Syed Zahir Ali Shah, informou que já há casos de cólera registrados.

- Calculamos que 100 mil pessoas, na maioria crianças, tenham sido afetadas pelo cólera ou por doenças gástricas. Nossa prioridade imediata é levá-los para locais seguros e depois dar cuidados sanitário.

Shah disse que equipes médicas foram para a região em helicóptero.

Diante da magnitude da catástrofe, as ofertas de ajuda começaram a chegar. O governo americano prometeu, no domingo, uma ajuda de R$ 17 milhões (US$ 10 milhões) e o envio de helicópteros, botes, água e artigos de primeira necessidade.

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, também se comprometeu em ajudar com até R$ 17 milhões (US$ 10 milhões), enquanto a China - também castigada por inundações no nordeste - anunciou que contribuiria com R$ 2,6 milhões (US$ 1,5 milhão).

A Comissão Europeia anunciou a liberação de uma cifra de R$ 68,6 milhões (30 milhões de euros) em ajuda humanitária para o Paquistão.

Enquanto isso, centenas de desabrigados permanecem em refúgios temporários em Peshawar, a principal cidade da região, e em Muzafarabad, capital da Caxemira paquistanesa.

Pelo segundo dia consecutivo, centenas de afetados pedem aos gritos ajuda do governo. Fahimud Din, comerciante de 27 anos da região vizinha a Peshawar, reclama que não recebeu nem comida.

- Minha família encontrou refúgio em uma escola, mas não recebemos nem água potável, nem comida, nem medicamentos. Meu filho está doente de cólera, mas não há médicos.

O exército e o Centro Nacional de Gestão de Catástrofes, encarregados das operações, destacaram ter socorrido mais de 28 mil pessoas na Província de Khyber Pakhtunkhawa.

Os serviços paquistaneses de meteorologia destacaram que estas foram chuvas "sem precedentes" e anunciaram que, durante as próximas duas semanas, pode-se mais chuva na região.

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