“Partes dos corpos voavam pelo ar”, dizem testemunhas de Massacre no Paquistão

A maioria dos 141 mortos é crianças e grande parte das vítimas será enterrada nesta quarta-feira

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As primeiras imagens da chacina realizada em uma escola militar no Paquistão nessa terça-feira foram divulgadas. Pelo menos 132 crianças foram mortas, além de nove professores. Segundo publicou o Daily Mail, a diretora do colégio teria sido queimada viva em frente a alunos por ser casada com um militar aposentado.
O massacre na Escola Pública do Exército de Peshawar deixou rastros de sangue por todos os lados. Nas fotos, é possível ter uma pequena noção do sangue frio dos terroristas do Talibã que, em poucos minutos, conseguiram matar tanta gente. Vítimas que sobreviveram deram relatos perturbadores, como o do estudante Ehsan Elahi, 13 anos, que estava assistindo uma aula no auditório principal sobre primeiros socorros quando ouviram os barulhos de tiros e explosões vindo pelo corredor.

“Nossos professores e instrutores pediram para que ficássemos calmos, mas, o barulho se aproximava cada vez mais. De repente, os vidros das janelas e das portas foram quebrados pelas balas e, então, os talibãs entraram atirando sem parar. As pessoas gritavam e choravam, tentando se esconder. Porém, não havia onde se esconder no auditório, apenas embaixo das cadeiras – e foi o que eu fiz”, conta o menino.

Ele também disse que ainda está com a imagem dos rostos de dezenas de seus amigos mortos espalhados pelo corredor. “Eles atiravam como demônios. Vi instrutores caindo no chão primeiro, depois presenciei meus amigos levando tiros na cabeça, peito, braços e pernas bem em frente a mim. Partes de seus corpos voavam pelo ar, como se fossem pequenos pedaços de algodão. Estava por toda parte. O sangue ainda quente de seus corpos molhavam meu rosto, meu corpo. Foi horrível”, lembra.

Elahi afirmou que o tiroteio no auditório durou mais de 15 minutos e só parou depois de soldados paquistaneses começarem a atirar próximo dali, distraindo os terroristas. O aluno do colégio, traumatizado, disse que levou dois tiros no braço direito, mas que não derramou lágrimas e nem gritou de dor porque isso significaria sua morte.

“Eles não queriam deixar uma só pessoa viva no auditório. Atiravam em qualquer pessoa que se movimentava, que chorava ou que gritava de dor. Foi por isso que não chorei e a minha vontade era berrar de dor. Ainda fiquei 10 minutos ali, parado, até que os soldados viessem nos resgatar”, disse.

Outros alunos que sobreviveram também relataram o heroísmo de professores que se sacrificaram para salvar os alunos. Uma das professoras, Hifsa Khush, 24 anos, permaneceu em pé, na frente dos seus alunos, enfrentando os terroristas, depois de mandar todos correrem dali. “Ela disse para eles que só matariam seus alunos por cima de seu cadáver. Então, jogaram gasolina nela e atearam fogo”, conta uma testemunha. “É uma heroína”.

A diretora da escola também foi imolada na sua sala. A polícia acredita que ela tenha sido vítima por ser casada com um militar aposentado.

A maioria dos 141 mortos é crianças e grande parte das vítimas será enterrada nesta quarta-feira.

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