A Ucrânia estimou em US$ 100 bilhões (mais de R$ 221 bilhões) o custo da perda da península da Crimeia, incorporada em março à Rússia, declarou nesta quarta-feira (14) o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov.
"A ocupação da Crimeia provocou perdas de mais de US$ 100 bilhões", declarou Turchynov, para quem "a agressão russa não parou" nesta península do mar Negro, mas se estendeu ao leste do país.
Segundo Turchynov, "a situação é explosiva nas regiões de Donetsk e Lugansk", onde os ativistas pró-Moscou proclamaram a soberania destes territórios depois da celebração de referendos de independência, aprovados por ampla maioria no domingo passado.
Turchynov fez as declarações durante a abertura de uma mesa redonda em Kiev, moderada pelo ex-diplomata alemão Wolfgang Ischinger, para abordar a crise ucraniana. Os separatistas pró-Rússia não foram convidados para o debate.
"Estamos dispostos a escutar os cidadãos do leste. Mas não devem atirar, atacar ou ocupar prédios administrativos", disse o presidente ucraniano.
"Aqueles que, com as armas nas mãos, conduzem uma guerra contra o próprio país, aqueles que nos ditam a vontade do país vizinho responderão à lei. Não cederemos à chantagem", completou Turchynov.
A mesa redonda deve contribuir para a organização de um "processo eleitoral inclusivo, honesto e transparente" para a eleição presidencial de 25 de maio, disse Ischinger.
"Estamos aqui para promover este processo, ajudar a dirigir a Ucrânia para a Europa e assegurar um futuro próspero", concluiu o diplomata.
O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, dois ex-chefes de Estado e os candidatos na eleição presidencial de 25 de maio também participam na reunião.