Peru declara estado de emergência por conta de protestos no país

Essa é a primeira vez que Humala toma duras medidas para conter protestos

Andinos protestam perto da lagoa Cortada em Cajamarca, no dia 24 de novembro | Enrique Castro-Mendivil
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O presidente do Peru, Ollanta Humala, declarou na noite de domingo (4) estado de emergência na região de Cajamarca, no norte do país, para garantir a segurança pública num momento de protestos sociais contra um bilionário projeto de mineração de ouro da companhia norte-americana Newmont.

Na semana passada, a pedido do governo, a Newmont suspendeu a construção do projeto Minas Conga, um investimento de 4,8 bilhões de dólares, por causa dos protestos de comunidades vizinhas que temem perder suas fontes naturais de água.

Os manifestantes pedem que o governo cancele o projeto.

A medida restringe a movimentação das pessoas e autoriza as Forças Armadas a restabelecer a ordem pública na região a partir desta segunda-feira, por um prazo de 60 dias. Essa é a primeira vez que Humala toma duras medidas para conter protestos.

"O governo tem a obrigação de garantir a vida e a tranquilidade das pessoas, restabelecer os serviços básicos de educação e saúde, impor o respeito à livre movimentação e a preservação da propriedade pública e privada", disse Humala em mensagem à nação.

O estado de emergência se aplicará às províncias de Cajamarca, Celendín, Hualgayoc e Contumasá.

Humala disse ter tomado a medida depois de 11 dias de protestos de várias comunidades contra o projeto de mineração da Minas Conga, que provocaram o bloqueio de estradas e afetou o abastecimento de alimentos e combustíveis na região.

O Peru é o segundo maior produtor mundial de cobre, prata e zinco e o sexto de ouro. A mineração é um dos propulsores de sua economia e é responsável por 60% das exportações do país.

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