A organização israelense de defesa dos direitos humanos B"Tselem acusou nesta segunda-feira a polícia israelense de "violar sistematicamente a lei" no bairro palestino de Silwan por deter durante a noite menores de idade, que foram interrogados na ausência dos pais.
"Durante o ano transcorrido (novembro de 2009 a outubro de 2010), pelo menos 81 menores de Silwan foram detidos ou interpelados para ser interrogados, em sua grande maioria por suspeita de lançar pedras durante enfrentamentos entre palestinos e forças israelenses no bairro", afirma a ONG em um relatório.
"Alguns dos menores foram detidos várias vezes", destaca o documento, segundo o qual mais de um terço das detenções aconteceu depois da morte de um habitante de Silwan, em uma ação de um guarda contratado para proteger os colonos judeus instalados no bairro.
Sem questionar a autoridade da polícia para iniciar ações legais contra os supostos autores de pedradas, a ONG afirma que "a polícia deve cessar imediatamente a detenção à noite dos menores e só interrogá-los na presença de seus pais".
A B"Tselem também manifesta preocupação com as acusações de brutalidade das crianças que falaram com a ONG.
O porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, afirmou à AFP que todas as detenções aconteceram dentro da lei e que a grande maioria dos suspeitos interrogados confessou envolvimento nos atos de violência.
Ele reconheceu que os interrogatórios podem acontecer na ausência dos pais, mas afirmou que estes são filmados e assistidos em um circuito de TV interno e que os pais sempre acompanhavam os filhos ao posto policial.