As forças da ordem francesas intervieram nesta quarta-feira para conter atos violentos de jovens que protestavam contra a reforma do sistema de previdência. Em todo o país, foram 428 detidos na terça-feira e em uma semana o número já chega a 1.423.
Entre 700 e 800 agentes foram desdobrados após a batalha campal de terça, em Lyon, onde, segundo a Polícia, cerca de 1.300 pessoas participaram da queima de carros, quebra de vitrines e saques. O prefeito da cidade, o socialista Gérard Collomb, condenou em entrevista à rede de televisão i-Télé "as cenas de violência e de pilhagem que nada têm a ver com os protestos" contra a reforma do governo para atrasar em dois anos a idade de aposentadoria.
O governo terá que trabalhar ainda para enfrentar o problema do desabastecimento, já que quatro mil dos 12.500 postos do país não tinham combustíveis desde a tarde de terça, segundo o ministro de Ecologia, Jean-Louis Borloo.
Durante a madrugada a Polícia desbloqueou três depósitos de combustível, seguindo ordens do presidente Nicolas Sarkozy perante a constatação de que 40% dos postos estavam desabastecidos por conta dos protestos.
O secretário de Estado de Transportes, Dominique Bussereau, reconheceu nesta quarta, ao término do Conselho de Ministros, que com o desbloqueio de todos os depósitos, decretado por Sarkozy, "faltarão quatro ou cinco dias para voltar a uma situação normal", mas garantiu que as coisas "vão melhorar" em algumas horas.
A mobilização contra a reforma da previdência, cujo voto final no Parlamento deveria acontecer até o fim da semana, também foi notada em alguns aeroportos, com manifestantes que fecharam total ou parcialmente os acessos aos terminais de Toulouse, Nantes e ao Charles de Gaulle, em Paris.
Além disso, as paralisações de uma parte do pessoal obrigaram a suspender 30% dos voos de Orly, o outro aeroporto da capital, na manhã desta quarta-feira. Nas ferrovias, o índice de grevistas durante a manhã de quarta, segundo a empresa pública SNCF, era de 15,68%.