O prefeito da cidade japonesa de Osaka, Toru Hashimoto, provocou um escândalo ao dizer que a atitude do exército japonês de obrigar mulheres a se prostituir na Segunda Guerra Mundial foi uma "necessidade" para manter a disciplina da tropa.
Nesta terça-feira (21), o político acusou as tropas sul-coreanas de terem feito o mesmo no Vietnã.
"Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, França e os soldados sul-coreanos no Vietnã depois da Segunda Guerra: todos abusaram de mulheres. O Japão agiu mal, mas eles precisam olhar para a própria história", afirmou Hashimoto em uma reunião do Partido da Restauração, do qual é um dos dirigentes, informa o jornal Asahi.
Um porta-voz do ministério sul-coreano das Relações Exteriores qualificou como "deploráveis" as declarações.
"Estamos muito preocupados com o caminho pelo qual os líderes japoneses têm conduzido o país e com o que querem deixar para as gerações mais jovens", acrescentou.
Nas décadas de 60 e 70, durante o regime de Park Chung-Hee, o pai da atual presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, a península sul-coreana enviou mais de 300 mil soldados ao Vietnã para lutar ao lado das tropas americanas.
Segundo a maior parte dos historiadores, quase 200 mil mulheres asiáticas - principalmente coreanas, chinesas e filipinas - foram escravas sexuais nos prostíbulos militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
Após a polêmica, Toru Hashimoto disse estar disposto a pedir perdão, mas na última sexta-feira acusou as tropas dos Estados Unidos de terem estuprado mulheres japonesas durante a ocupação da ilha Okinawa depois da Segunda Guerra Mundial.