As autoridades da Coreia do Sul detiveram nesta quinta-feira (8), pela acusação de homicídio, o presidente da empresa proprietária da embarcação Sewol, que naufragou em abril no litoral sudoeste do país e deixou mais de 300 mortos e desaparecidos.
Uma equipe conjunta de promotores e policiais prendeu o presidente da empresa Chonghaejin Marine, Kim Han-sik, em sua casa de Bundang, ao sul da capital Seul. Em seguida, o executivo foi submetido a um interrogatório, segundo informações da promotoria.
Os promotores apresentaram as acusações de homicídio e violação da lei de segurança dos navios contra Kim ao suspeitar que o mesmo autorizou a sobrecarga de veículos e mercadorias na balsa no dia do naufrágio.
Três funcionários da companhia já haviam sido presos nos últimos dias após a revelação de que a balsa transportava uma carga até três vezes maior que a permitida.
Além disso, a equipe de investigação deduziu que o casco da embarcação armazenava apenas uma quarta parte da "água de lastro", a água do mar captada para aumentar ou diminuir o calado do navio durante a navegação e garantir sua segurança operacional.
Acredita-se que esses fatores contribuíram de forma decisiva para o acidente, já que - segundo a principal hipótese - a balsa virou depois de uma manobra brusca que deslocou a carga para um dos lados do navio e o desestabilizou.
Os investigadores também confirmaram na terça-feira (6) que a Chonghaejin Marine sobrecarregava o navio regularmente para obter mais lucros, o que despertou críticas às autoridades marítimas por não estabelecerem um controle sobre essa atividade.
Número de mortos passa de 300
As operações de resgate dos 35 corpos, que possivelmente ainda estão presos no interior da embarcação, foram retomadas de manhã com algumas interrupções por causa do mau tempo.
Depois que as autoridades sul-coreanas corrigiram novamente os dados nesta quarta-feira (7), o número estimado de mortos está em 304 (com um total de 269 corpos recuperados), enquanto somente 172 pessoas foram resgatadas, todas elas no primeiro dia do acidente.
Mais de 250 mortos eram estudantes com entre 16 e 17 anos de um instituto de ensino médio da cidade de Ansan, na periferia de Seul.
O capitão e outros 14 membros da tripulação também foram detidos após o acidente, nesse caso por terem abandonado o navio e negligenciado a segurança dos passageiros.