O presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou ao cargo neste domingo (15), o seu quinto dia no poder. Ele enfrentava uma onda de protestos que pediam a sua saída. Nesses atos, duas pessoas morreram. Também houve pessoas feridas.
Merino assumiu a presidência na última terça-feira (11). Ele foi nomeado depois que o Congresso afastou Martin Vizcarra do governo por acusações de aceitar propina durante seu período como governador --o que ele nega.Congressistas contra Merino
O atual líder do Congresso, Luis Valez, já havia dito neste domingo (15) que os líderes haviam concordado em pedir a renúncia imediata de Merino.
Duas pessoas morreram no sábado durante protestos contra a presidência de Merino.
O coordenador nacional de direitos humanos do Peru disse que 102 pessoas ficaram feridas e pelo menos 41 estão desaparecidas. O Ministério da Saúde informou que 63 pessoas foram hospitalizadas após sofrerem ferimentos ou inalar gás lacrimogêneo. Pelo menos nove tiveram ferimentos a bala, disseram as autoridades.
A saída de Vizcarra
No dia 9 de novembro, Martin Vizcarra deixou formalmente o governo após o Congresso aprovar um impeachment por "incapacidade moral". O ex-presidente foi derrubado por receber propinas quando era governador em 2014, o que ele nega.
Dos 130 parlamentares, 105 votaram pelo impeachment.
A decisão aconteceu poucos meses antes das eleições presidenciais, marcadas para abril de 2021, e gerou grande descontentamento.
Desde então, peruanos fizeram marchas e atos políticos nas ruas para protestar contra a destituição de Vizcarra. No sábado, os manifestantes lotaram as praças no centro de Lima.
Nem todos os manifestantes são apoiadores de Vizcarra, de acordo com uma reportagem da BBC. A maioria se opõe à medida que o Congresso tomou contra o ex-presidente.
Um outro congressista no poder
De acordo com a imprensa peruana, Merino voltará ao Congresso.
Os parlamentares agora precisarão se reunir e eleger uma nova mesa diretora. O seu líder será o novo presidente interino do Peru.