Primeiro-ministro diz que Israel atacou “barco do ódio”

Binyamin Netanyahu fez pronunciamento na TV em meio a forte pressão internacional

Os ativistas levavam ajuda humanitária | R7
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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, justificou nesta quarta-feira (2) o ataque de militares de seu país a uma frota de navios com ativistas há dois dias dizendo que o país estava se defendendo de uma ameaça terrorista. A ação deixou ao menos nove mortos.

- Nossos soldados estavam lidando com um grupo de extremistas que suportam o terrorismo. Não era um barco de amor, mas de ódio.

Os ativistas levavam ajuda humanitária aos palestinos que vivem na faixa de Gaza. A região está sob bloqueio naval israelense desde 2007, quando o grupo militante Hamas, tido como inimigo de Israel, tomou o poder à força. Um dos objetivos dos ativistas era justamente contestar essa restrição.

Cerca de 680 militantes foram presos pelos militares israelenses, que abordaram os barcos em águas internacionais. Entre os detidos estava a cineasta brasileira Iara Lee.

O ataque gerou protestos em todo o mundo, e líderes de diversos países pediram que Israel levante o bloqueio. Sob forte pressão, o governo israelense prometeu completar a deportação dos ativistas nesta quarta-feira. A brasileira Iara Lee seguiria em um voo fretado para Istambul, na Turquia.

Netanyahu justificou o bloqueio naval alegando que o Hamas "continua a contrabandear armas" para dentro do território.

- Nossa primeira obrigação é manter a segurança para as pessoas de Israel.

O primeiro-ministro lamentou as mortes de ativistas, mas afirmou que os militares agiram certo e em legítima defesa.

- Eu tenho que deixar claro que os soldados protegeram suas vidas bravamente e eu estou muito orgulhoso do que eles fizeram.

Israel disse mais de uma vez que os ativistas estavam armados com artefatos que variam de estilingues e pedaços de pau a armas de fogo. O governo divulgou também um vídeo mostrando que os militares foram supostamente atacados antes de atirar.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou nesta quarta-feira uma investigação sobre o episódio. Um dia antes, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, disse que se não houvesse o bloqueio as mortes teriam sido evitadas.

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