Dois manifestantes morreram neste sábado (9), no Cairo, durante enfrentamentos com a polícia nos arredores da praça Tahrir, logo após um tribunal confirmar sentenças de morte contra 21 torcedores de futebol que participaram de um tumulto no estádio de Port Said, na região de Suez, no ano passado.
As vítimas são torcedores do time Al Ahly. De acordo com agência de notícias EFE, um dos torcedores morreu asfixiado após inalar gás lacrimogêneo disparado pelas forças de segurança contra o protesto --ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O outro morreu após ser atingido por um tiro.
A agência informou ainda que, segundo os serviços de saúde da capital egípcia, os confrontos deixaram ao menos 70 feridos.
Além das condenações, os manifestantes também protestavam contra a absolvição de sete membros da polícia que estariam envolvidos na tragédia no estádio.
No Cairo, os torcedores incendiaram a sede da Federação Egípcia de Futebol e outros prédios públicos.
Na cidade de Port Said, manifestantes tentaram interromper o fluxo no Canal de Suez, que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo. Desde sexta-feira (8), o Exército substituiu a polícia no centro da cidade para tentar conter possíveis protestos.
Testemunhas dizem que os manifestantes usaram botes e pequenos barcos para tentar obstruir a passagem de navios no canal. As autoridades informaram que o tráfego no local não foi prejudicado e que cinco lanchas que tentavam atrapalham o fluxo foram apreendidas.
Relembre o caso
Uma briga entre torcedores de times da cidade de Port Said, no Egito, acabou em tragédia. O confronto entre os fãs dos rivais históricos Al-Masri e Al-Ahli, um dos principais clubes do país, resultou na morte de 74 pessoas, entre elas um policial, até a tarde desta quarta-feira, segundo o governo, via a TV estatal egípcia. São 188 feridos também.
Na época, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que era um "dia negro" para o futebol. "Estou atordoado e lamento muito saber que, nesta noite, um grande número de torcedores de futebol morreu em uma partida no Egito", comentou.
O prefeito de Port Said, El-Amiry, disse que as mortes foram causadas pelo tumulto e por sufocamentos. Um médico de um necrotério da cidade disse que alguns dos mortos eram agentes de segurança. O vice-ministro da Saúde, Hesham Sheiha, afirmou: "É o maior desastre da história do futebol do Egito". (Com agências internacionais)