Manifestantes tomaram as ruas em várias cidades da Venezuela nesta terça-feira (30). Por enquanto, o saldo é de 11 pessoas mortas e outras 44 feridas, segundo informações repassadas por ONGs locais. Os protestos, que começaram após a controversa reeleição do presidente Nicolás Maduro, foram marcados por violência e repressão.
Motivos
Os manifestantes contestam o resultado das eleições, alegando fraude e exigindo a divulgação completa das contagens de votos. María Corina Machado e Edmundo González, líderes da oposição, participaram de um protesto em frente à sede da ONU em Caracas na terça-feira (30). Machado afirmou que González venceu com 70% dos votos e pediu manifestações pacíficas.
Mortes
De acordo com a ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, uma das mortes ocorreu em Caracas, outras duas em Aragua e uma em Yaracuy. O Foro Penal Venezuelano contabilizou 11 mortes em diferentes regiões do país. O procurador-geral, Tarek William Saab, informou que 749 pessoas foram detidas desde as eleições.
Países
Os Estados Unidos e outros países questionaram a vitória de Maduro e expressaram preocupação com a repressão violenta. Edmundo González manifestou solidariedade ao povo venezuelano e condenou a repressão às manifestações pacíficas. Ele apelou às forças de segurança para que respeitem a vontade popular.
Resposta aos protestos
O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodriguez, convocou apoiadores de Maduro para um ato em frente ao palácio presidencial Miraflores. O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou preocupação com a escalada da violência e pediu respeito aos direitos dos manifestantes.
Violência
Testemunhas relataram que homens armados, mascarados e à paisana bloquearam manifestantes perto do Palácio Miraflores. Em várias áreas de Caracas, as manifestações foram dispersadas pelas forças de segurança. Em Coro, no Estado de Falcón, manifestantes derrubaram uma estátua de Hugo Chávez.
Contradição
O Ministério Público venezuelano elogiou o povo pela "civilidade e democracia" nas eleições e reconheceu a vitória de Maduro. No entanto, a oposição acusou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de ocultar atas de votação e manipular os resultados.