Putin comemora vitória antecipada com 110 mil pessoas em Moscou

Putin subiu ao palco instalado no Kremlin para agradecer seus eleitores e celebrar a vitória.

Em discurso, Putin agradeceu o apoio "arrasador" de seus eleitores | Divulgação
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O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, virtual ganhador das eleições presidenciais deste domingo, já confirmou sua vitória mesmo antes do final da apuração dos votos. "Vencemos. Ganhamos uma luta aberta e limpa", afirmou Putin, na Praça Manezh, junto ao Kremlin, onde, segundo a polícia, mais de 110 mil pessoas estavam concentradas.

Acompanhado pelo presidente em fim de mandato, Dmitri Medvedev, Putin subiu ao palco instalado no Kremlin para agradecer seus eleitores e celebrar a vitória. "Nosso candidato lidera com passos firmes e não duvido que iremos ganhar. Esta é uma vitória que todos precisamos e também o país. Por isso, nosso candidato vencedor é Vladimir Putin", disse Medvedev ao apresentar seu sucessor.

Putin, por sua vez, agradeceu o apoio "arrasador" de seus eleitores e acrescentou: "Eu perguntei uma vez: Venceremos? Vencemos. Demonstramos que ninguém pode nos impor nada". O atual primeiro-ministro também destacou que os russos sabem distinguir os ânimos renovadores e "as provocações políticas que têm como objetivo a desintegração do Estado e a fragilização do poder".

Segundo a Comissão Eleitoral Central, contadas as cédulas de 50% das seções eleitorais, Putin ganharia o pleito presidencial no primeiro turno com 64,39% dos votos. O comunista Guenadi Ziuganov está na segunda posição, com 17,13% dos votos, e o magnata Mikhail Projorov está em terceiro, com 6,97%, quase empatado com o populista Vladimir Jirinovski (6,71%). A participação no pleito foi de 64%.

A se confirmar esse resultado, o atual premiê terá sido eleito ainda no primeiro turno. Para evitar uma segunda rodada, é preciso que Putin supere a marca de 50% do total de votos. Grupos de oposição dizem que o pleito contou com fraudes generalizadas, com muitas pessoas votando mais de uma vez, e convocaram protestos contra o resultado para segunda-feira.

A fim de aplacar os críticos, Putin anunciou a instalação de webcams nos 90 mil postos eleitorais do país, mas muitos na Rússia e entre a comunidade internacional questionam a eficácia da iniciativa. Em um relatório, a Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirmou que "câmeras não podem capturar todos os detalhes do processo de votação, em especial a contagem de votos".

Primeiro-ministro desde 2008, Putin deixou o Kremlin esse ano por não poder aspirar a um terceiro mandato como chefe de Estado, cargo que ocupou de 2000 a 2008, por impedimento constitucional. Ele impulsionou, então, a candidatura de seu afilhado político, Dimitri Medvedev, à Presidência e este deixou voluntariamente a cena política em setembro do ano passado, abrindo espaço para seu mentor frente às presidenciais. Uma reforma constitucional elevou de quatro para seis os anos do mandato presidencial. Putin poderia, ainda, se apresentar para a eleição de 2018 e se manter no poder, teoricamente, até 2024.

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