Quinze homens com idades entre 29 e 33 anos são julgados pela justiça francesa, acusados de estupros coletivos entre 1999 e 2001 a duas adolescentes, na época com 15 e 16 anos, nos subúrbios de Paris. A maioria dos acusados era menor de idade na época dos fatos. O julgamento é realizado a portas fechadas em um tribunal juvenil de Créteil, perto de Paris.
O caso veio à tona no outono de 2005, quando uma das vítimas resolveu quebrar o silêncio e denunciar a agressão seis anos depois. Apenas quando foi espancada na rua por um dos ex-agressores por ter olhado de forma estranha para ele, uma das vítimas, Nina, pediu ajuda à polícia. Ela contou que o homem fazia parte de um grupo de rapazes que a violentou diariamente durante seis meses em 1999 em porões, estacionamentos e apartamentos de Fontenay-sous-Bois (leste de Paris).
A jovem explicou que nunca não tinha denunciado antes, "por medo de represálias". A polícia investigou o comportamento de 20 adolescentes e encontrou uma outra suposta vítima. Dos 15 réus, apenas um está detido por suspeita de matar sua esposa e sequestrar seu filho em fevereiro de 2010. Catorze outros, incluindo um foragido, continuam em liberdade.
Agora com 29 anos, as vítimas estavam presentes na audiência desta terça-feira. Elas acompanham o julgamento "à espera de justiça, e não de vingança", afirmou sua advogada à AFP, Clotilde Lepetit. Se elas demoraram a denunciar, foi por medo de quebrar a lei do silêncio, segundo ela.
Os acusados, que podem ser condenados a uma pena de prisão de até 20 anos, negam os estupros, alegando que as duas meninas concordaram em manter relações sexuais. O julgamento deve terminar em 12 de outubro. Dois outros envolvidos, com idades inferiores a 16 anos na época dos fatos, devem comparecer em uma data ainda não definida, em um tribunal juvenil em Creteil.