Radares sugerem que avião mudou de rota propositadamente na Ásia

Caso confirmadas, essas informações reforçam a tese de o avião tenha sido sequestrado ou sabotado

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Evidência coletada de radares militares sugerem que o avião da Malaysia Airlines desaparecido desde o último sábado (8) mudou deliberadamente de rota, sobrevoando a península malaia em direção às ilhas de Andaman, disseram à agência Reuters fontes próximas às investigações, aumentando a suspeita de um ato criminoso.

O ministro da Defesa malaio, Hishammuddin Hussein, confirmou nesta manhã que as informações estão sendo analisadas. Hussein afirmou ainda que existe a possibilidade de que o transponder -- equipamento que envia automaticamente informações sobre o avião -- tenha sido desligado também propositadamente.

Ele disse ainda que membros da tripulação estão sendo investigados. "Se a investigação exigir que as casas dos pilotos sejam revistadas, isso será feito", afirmou Hussein, que também é ministro interino dos Transportes.

A Índia confirmou também que começou a realizar buscas nas mais de 500 ilhas que formam o arquipélago de Andaman, no oceano Índico, entre o mar de Andaman e a baía de Bengala. A maioria dessas ilhas é território indiano e é inabitada.

Caso confirmadas, essas informações reforçam a tese de o avião tenha sido sequestrado ou sabotado. "O que podemos dizer é que estamos investigando se foi um ato de sabotagem, com sequestro entre as possibilidades", afirmou uma fonte malaia à Reuters.

O porta-voz das Forças Armadas da Índia, coronel Harmit Singh, que é responsável pelas buscas nas ilhas, disse que os trabalhos à bordo de uma aeronave começaram às 9h locais e que ainda não haviam trazido resultados.

"Apenas 37 das ilhas são habitadas; as demais são uma selva tropical densa. A aeronave está usando equipamentos que detectam calor para conduzir as buscas", afirmou o coronel ao jornal americano "The Wall Street Journal".

"Intervenção manual"

Autoridades americanas que auxiliam nas buscas pelo voo desaparecido estariam convencidos de que pode ter havido uma "intervenção manual" --ou seja, um ato deliberado-- no incidente com a aeronave.

As suspeitas foram reveladas na quinta-feira (13), depois que dois oficiais que compõem a equipe disseram à rede de TV ABC News que já é sabido que o desligamento dos dois sistemas de comunicação da aeronave aconteceram em momentos diferentes, e não simultaneamente.

Pelo relato dos oficiais, investigações indicam que o sistema de comunicação de dados foi desligado à 1h07; já o transponder --equipamento que revela localização e altitude do voo-- parou de funcionar à 1h21.

O desaparecimento do Boeing já se tornou um dos maiores mistérios na história moderna da aviação. O avião foi visto pela última vez nos radares civis pouco antes de 1h30 de sábado passado (horário local), menos de uma hora depois de decolar de Kuala Lumpur. Nesse momento, a aeronave voava para nordeste, na direção de Pequim, passando sobre a entrada do golfo da Tailândia, perto da costa leste da Malásia.

Mas, na quarta-feira, o comandante da Força Aérea malaia disse que o avião foi observado por um radar militar, às 2h15, num ponto 320 quilômetros a noroeste da ilha de Penang, na costa oeste da Malásia

Numa descrição bem mais detalhada do que havia sido divulgada até agora sobre a localização do avião nos radares militares, as fontes ouvidas pelas Reuters disseram que a última posição confirmada do MH370 foi a 35 mil pés de altitude, a cerca de 90 milhas (144 quilômetros) da costa leste da Malásia, na direção do Vietnã -- um ponto de navegação chamado "Igari". Isso foi à 1h21 de sábado.

O monitoramento militar sugere que o avião fez uma brusca curva para oeste, na direção de um ponto chamado "Vampi", a nordeste da ilha indonésia de Sumatra. Esse ponto é usado como referência para aviões na rota N571, que vai para o Oriente Médio.

De lá, o radar indica que o avião se dirigiu a um ponto chamado "Gival", ao sul da ilha tailandesa de Phuket, e foi visto pela última vez indo para noroeste, na direção do ponto "Igrex", que fica na direção das ilhas Andaman e é usado na rota P628, para a Europa.

Ele passou por esse ponto às 2h15 -- a mesma hora citada na quarta-feira pelo comandante da Força Aérea, que não deu informações sobre qual era a possível direção do avião. As fontes disseram ainda que a Malásia está solicitando dados brutos dos radares das vizinhas Tailândia, Indonésia e Índia, que possui uma base naval nas Andaman. (Com agências internacionais)

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