É relativamente comum que alguns pacientes apresentem reações alérgicas a determinados tipos de remédio, mas o caso da estudante Khaliah Shaw, da Geórgia, nos EUA, chama muito a atenção devido ao nível da reação causado por um medicamento usado no tratamento de transtorno bipolar – o anticonvulsivante lamotrigina.
O problema de Khaliah começou um mês após o início do tratamento, sendo que os primeiros sintomas incluíram erupções cutâneas, além de muitas bolhas, especialmente dentro de seus olhos e boca e também em grandes quantidades nos pés e nas mãos.
Síndrome de Stevens-Johnson
No início, os médicos optaram por deixar a paciente isolada enquanto não identificavam o que havia de errado com ela. Só para você ter ideia da gravidade da situação, Khaliah chegou a perder 90% de sua pele, além dos cabelos e das unhas. Ao longo do processo de tratamento, ela ficou sedada por cinco semanas. Nas duas semanas seguintes, a jovem precisou reaprender a realizar tarefas básicas, como caminhar, sentar, levantar e até mesmo comer sem ajuda.
É preciso atentar para o fato de que Khaliah não teve a reação apenas por causa do medicamento. Na verdade, essa alergia de proporções tão grandes é uma síndrome conhecida como Stevens-Johnson. A condição é extremamente rara e afeta pele e membranas mucosas.
No início, o paciente com a síndrome pode achar que está ficando resfriado, mas os sintomas depois acabam incluindo as erupções cutâneas e o aparecimento de bolhas até o ponto em que toda a pele do paciente morre e nasce novamente.
Depoimentos
“Quando eu percebi que todo o meu cabelo tinha ido embora, eu chorei”, disse Khaliah em seu blog. “Quando os meus amigos vinham me visitar, eu chorava. Quando eu percebi que não conseguia andar, eu chorei. Quando eu saí do hospital, eu chorei. TODA vez que eu olho fixamente para o espelho, eu choro. Chorar se tornou uma coisa minha porque... eu não sei mais o que fazer”, desabafou a estudante, que resumiu a experiência como a sensação bizarra de ter acordado no corpo de outra pessoa.
Ainda que confesse se sentir incomodada com sua aparência, Khaliah afirma que é preciso encontrar forças e lutar para enfrentar o problema da melhor forma possível. Seu maior desejo no momento? Ter sua visão totalmente recuperada, além, é claro, de voltar à universidade, onde estuda Saúde Pública.