A suprema corte dos Estados Unidos analisa um processo gigantesco contra a maior rede de supermercados do mundo por discriminação contra mulheres.
Christine é uma das seis mulheres que decidiram entrar com uma ação por discriminação no trabalho contra o Walmart, em 2001.
Ela conta que uma vez questionou o chefe sobre o aumento salarial de um colega. A resposta foi que o ele era um chefe de família e deveria ganhar mais. "Mas eu também tinha uma família, sou mãe solteira e tenho dois filhos?, disse ela.
A gota d?água foi quando ela decidiu pedir uma promoção. ?Perguntei, o que preciso fazer para ser promovida? E ele respondeu que eu precisava melhorar a minha maquiagem e me embonecar. Aí eu pensei: agora chega".
Segundo as acusações das funcionárias, a empresa paga salários menores para mulheres, cria barreiras para elas no processo de promoção e dão prioridade aos homens na hora de dar aumento de salário.
A discriminação por sexo nos Estados Unidos é crime. Em 2004, uma corte americana decidiu que o processo poderia valer também para todas as trabalhadoras da empresa empregadas desde 1998.
Uma ação coletiva, que representaria 1,5 milhões de mulheres. Seria o maior caso de discriminação no trabalho da história dos Estados Unidos.
A rede Walmart recorreu. A vice-presidente da companhia diz que os casos não devem ser generalizados e que há experiências positivas de outras mulheres dentro da empresa, como a dela.
O processo foi parar na suprema corte dos Estados Unidos. Até junho, os juízes vão decidir se levam adiante a ação coletiva.
O desenrolar desse processo contra a Walmart tem sido acompanhado de perto por várias outras companhias nos Estados Unidos. Entre os empresários há o receio de que uma ação como esta - se for adiante - possa provocar uma avalanche de novos processos por discriminação no trabalho contra grandes empresas. O que significaria bilhões de dólares em indenizações.