Um comunicado do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, confirmou no início da tarde desta segunda-feira que armas químicas foram usadas em relativamente grande escala em subúrbios de Damasco, resultando em inúmeras mortes, particularmente entre civis.
?Os resultados são impressionantes e inquestionáveis. Os fatos falam por si mesmos. A Missão das Nações Unidas confirmou, sem equívocos e objetivamente, que armas químicas foram usadas na Síria?, diz o comunicado de Ban Ki-moon.
Mais cedo, uma foto do investigador-chefe sobre armas químicas da ONU, Ake Sellstrom, entregando seu relatório sobre o ataque com substâncias proibidas na Síria no dia 21 de agosto já mostrava que o documento confirmava o uso do gás nervoso sarin. Ao aumentar a foto era possível ver que o relatório afirma que projéteis contendo ?o agente nervoso sarin foram utilizados?
?A conclusão é que as armas químicas foram usadas no conflito em curso entre as partes na Síria...contra civis, incluindo crianças, em uma escala relativamente grande?, disseram os inspetores na primeira página do relatório, segundo a AP.
O documento cita ainda o tipo de gás e os locais do ataque:
?As amostras ambientais, químicas e médicas que coletamos fornecem provas claras e convincentes de que foguetes com gás sarin foram usados na área Ghouta de Damasco em 21 de agosto?, diz o relatório, mencionando também as áreas de Ein Tarma, Moadamiyeh e Zamalka.
Uma fonte disse à CNN que o documento sugere que os responsáveis pelo ataque tinham 350 litros de gás sarin. França, Reino Unido e Estados Unidos afirmam não ter dúvidas de que o ataque foi perpetrado pelas tropas leais ao presidente Bashar al-Assad, o que o regime sírio nega. Segundo o governo americano, mais de 1.400 pessoas foram mortas no ataque, incluindo 400 crianças.
ONU investiga 14 suspeitas de uso de armas químicas na Síria
A comissão de investigação da ONU sobre a Síria examina 14 suspeitas de ataques com armas químicas ou agentes químicos na Síria desde que começou a monitorar abusos contra os direitos humanos no país árabe em setembro de 2011, disse nesta segunda-feira o chefe da comissão, Paulo Sérgio Pinheiro.
Pinheiro também disse que a Síria convidou a integrante da comissão Carla del Ponte a visitar a Síria em caráter pessoal, mas a comissão deseja uma visita oficial que o inclua.
Del Ponte assumiu ter sido convidada por afirmar em maio possuir denúncias de que os grupos de oposição haviam usado armas químicas.