Resgates seguem na Índia, Nepal e Tibete; ao menos 50 morrem

O terremoto de magnitude 6,9 atingiu a região montanhosa do Himalaia, na fronteira do Estado indiano Sikkim com o Nepal e o Tibete

Morador do Nepal observa o estrago causado por terremoto no lado de fora de sua casa | Prakash Mathema
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Equipes de resgate trabalham nesta segunda-feira para desbloquear estradas para alcançar moradores isolados por causa do terremoto que deixou ao menos 50 mortos no nordeste da Índia, Nepal e Tibete no domingo.

O terremoto de magnitude 6,9 atingiu a região montanhosa do Himalaia, na fronteira do Estado indiano Sikkim com o Nepal e o Tibete.

O número de mortos ainda pode aumentar, já que o jornal local "Times of India" relatava 61 mortos, sendo 40 deles somente em Sikkim, onde foi o epicentro do terremoto. Há ainda ao menos 50 pessoas hospitalizadas, algumas em estado grave.

Centenas de soldados paramilitares e policiais locais trabalharam durante toda a noite de domingo para segunda-feira buscando vítimas nos destroços deixados pelo tremor. Tempestades e deslizamentos de terra dificultam as operações de resgate. Nuvens espessas impediam o uso de helicópteros para sobrevoar regiões atingidas.

"O terremoto soltou a terra de colinas, e quando chove, isso causa deslizamentos. Por isso, a situação ainda é muito perigosa", disse Deepak Pandey, porta-voz da polícia fronteiriça da Índia com o Tibete. "Regatamos mais de 400 pessoas desde a noite passada".

A maior parte das mortes ocorreu quando residências, já com estruturas abaladas por causa da estação de chuvas recente, desabaram com a força do tremor.

Segundo o Instituto Geológico americano (USGS, na sigla em inglês), o tremor ocorreu às 18h10 locais e teve seu epicentro localizado 60km a noroeste da capital de Sikkim, Gangtok, que ficou às escuras.

"Foi um terremoto muito forte. Alertamos às forças armadas e aos paramilitares", disse à rede CNN-IBN C.K. Dahal Karma Gyatso, principal autoridade política de Sikkim. "Não há eletricidade. Todo mundo está nas ruas".

Em Sikkim, o Estado indiano menos povoado, as linhas telefônicas ficaram temporariamente fora de serviço e em Gangtok as linhas celulares ficaram saturadas, o que complicou a comunicação na área afetada.

O médico Manish Sharma, que assistia a uma conferência em Gangtok, contou à rede NDTV que todas as pessoas que estavam no hotel pularam pelas janelas quando sentiram os primeiros tremores. "Estou em frente ao prédio da Assembleia Legislativa de Gangtok, e vejo um dos prédios externos, cuja parte superior ficou partida em dois", narrou.

Na região, a eletricidade voltou pela manhã, após moradores passarem a noite fora de suas casas por medo de mais tremores. Autoridades temem que haja diversos turistas que ainda estão presos em Gangtok e arredores, uma vez que há muitas atrações turísticas próximas.

Em Nova Déli, o premiê Manmohan Singh convocou uma reunião de emergência com a Autoridade de Gestão de Catástrofes Nacionais. Também houve fortes tremores em Guwahati, principal cidade do estado vizinho de Assam, localizado a 600 km do epicentro, e onde os habitantes saíram às ruas em pânico.

"Temos que nos preparar para a possibilidade de uma piora na situação e já estamos buscando estoques de lonas e outros materiais de ajuda básica", disse Victoria Bannon, da Cruz Vermelha Internacional.

Houve ainda dois tremores de magnitude 6,1 e 5,3, de acordo com autoridades indianas de sismologia.

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