Revista publicada pelo Estado Islâmico defende escravização de mulheres

Eles convoca 'jihadistas a quebrar as cruzes dos infieis em Roma'

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O Estado Islâmico, grupo fundamentalista que atua na Síria e no Iraque, lançou neste final de semana mais um volume da Dabiq, revista em inglês do grupo.

Em um dos artigos publicados na edição, o Estado Islâmico “justifica” a escravização da minoria Yazidi, cujas aldeias no noroeste do Iraque foram invadidas pelo grupo, com base em um “renascimento de um antigo costume de usar mulheres e crianças como prêmios de guerra”.

De acordo com a publicação, o antigo costume da escravidão havia caído em desuso por causa do desvio do verdadeiro islã, mas foi revivido quando os soldados do EI invadiram as aldeias Yazidi.

“Após a captura, as mulheres e as crianças foram divididas de acordo com a sharia entre os combatentes do Estado Islâmico que participaram das operações, depois de um quinto dos escravos serem transferidos para a autoridade do grupo, para a divisão de acordo com o khums”. Khums é um imposto tradicional sobre os prêmios de guerra.

A última edição da Dabiq, distribuída em formato online, traz uma imagem da Basílica de São Pedro com uma bandeira do Estado Islâmico no lugar da cruz que adorna um obelisco.


A Dabiq é definida pelo Estado Islâmico como sendo "uma publicação periódica focada em questões como a unidade, a migração, a guerra santa e a comunidade". Ela também traz imagens fortes dos conflitos do EI, fala sobre eventos cotidianos e publica artigos informativos.

A reportagem de capa da revista, chamada “A Cruzada Fracassada”, provisiona a antiga cidade italiana sob o domínio de um califa e um regime linha-dura regido pela Sharia.

O texto convida os aspirantes a jihadistas e atingirem a igreja católica e os seguidores da fé cristã, afirmando que um dia o Estado Islâmico vai conquistar Roma “quebrando cruzes de infiéis e vendendo suas mulheres”.

O artigo sobre a escravidão confirma práticas reportadas pela Human Rights Watch, que afirma que as mulheres da minoria Yazidi foram forçadas a se casar com soldados do grupo e foram levadas para outras regiões do Iraque e da Síria para serem vendidas como escravas.

O Estado Islâmico pratica uma forma severa do islamismo sunita e declarou seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, o governante de todo o mundo muçulmano. O grupo vem perseguindo minorias étnicas e religiosas no norte do Iraque, obrigando o deslocamento de milhares de cristãos e xiitas que vivem há séculos no Oriente Médio.

Os Yazidis, que seguem uma região derivada do zoroastrismo, têm enfrentado a mais severa perseguição do grupo, que os define como adoradores do diabo.

O artigo da Dabiq afirma que os combatentes estão revivendo uma prática de companheiros do profeta Maomé ao escravizar inimigos. Escravizar as mulheres e força-las ao casamento seria também uma forma de proteger os homens de cometer adultério, afirma o texto.

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