A França está em luto pelo assassinato de Agnès Marin, 13 anos - especialmente a cidade de Chambon-sur-Lignon, onde ela vivia. A dor dos moradores se transformou em indignação depois que um jovem admitiu ter cometido o crime. O garoto de 17 anos estudava na mesma escola que Agnès, e confessou ter estuprado, matado e queimado a menina, segundo o jornal The Telegraph. O corpo dela foi encontrado nesta segunda-feira, em um bosque perto do colégio.
O adolescente já havia passado quatro meses preso sob acusação de estuprar outra colega de uma escola diferente. Familiares e amigos de Agnès buscam explicações sobre como o garoto foi aceito na escola de Chambon-sur-Lignon após ter cometido o crime.
"Ela foi morta de uma forma extremamente violenta e brutal", disse o promotor de Clermont-Ferran, Jean-Yves Coquillat, afirmando que o adolescente estava armado com vários "objetos". O garoto foi descrito como um aluno bem comportado e quieto.
O caso tomou contornos políticos quando o primeiro-ministro francês, François Fillon, convocou uma reunião especial de seu gabinete para discutir "possíveis falhas" no tratamento dado ao jovem no primeiro caso de estupro. O ministro da Justiça, Michel Mercier, ordenou uma investigação para determinar se as autoridades judiciárias ou educacionais tinham alguma "culpa".
O adolescente aguardava pelo julgamento em que era acusado de estuprar uma ex-colega de 15 anos, na cidade natal do garoto, Nages-et-Solorgues, no sul do país. "As circunstâncias eram idênticas, exceto pelo fato de que a vítima (do primeiro ataque) sobreviveu", disse o promotor Coquillat.
Ainda assim, psiquiatras haviam concluído que o garoto não representava nenhuma ameaça para as pessoas próximas, e que ele poderia ser "reinserido" à vida normal. O adolescente foi libertado da prisão antes de seu julgamento, após ter sido desintoxicado do consumo de drogas e sob a condição de receber tratamento psiquiátrico regularmente.
Os pais dele se mudaram para outra região e, após receberem várias recusas de escolas, o jovem foi aceito na instituição Cévenol, para adolescentes de 11 a 18 anos, especialista em dar uma "segunda chance" a estudantes. Nesta segunda-feira, o diretor do colégio, Philip Bauwens, afirmou que "nós sabíamos que ele tinha problemas com a lei, mas não sabíamos a natureza desses problemas".