Um casal de mulheres russas se casou nesta terça-feira em Buenos Aires, e pedirá asilo por discriminação em seu país natal, informou a Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (Falgbt).
Na porta do cartório civil portenho onde selaram a união, Marina Mironova e Oxana Tomofeeva explicaram que escolheram a Argentina com o desejo de viver "livres e seguras", declarou à Agência Efe a vice-presidente da Falgbt e testemunha do casamento, Claudia Castrosín Verdú. Segundo ela, o casal entrou em contato com a instituição por conta da perseguição sofrida na Rússia desde o final de 2012, quando a Câmara dos Deputados aprovou a lei que proíbe a propaganda do homossexualismo.
"Elas têm um filho de 16 anos e não o querem perder", afirmou a vice-presidente da Falgbt, que denunciou que as leis russas "são cada vez mais extremas" contra a diversidade sexual.
Há alguns meses, Marina e Oxana viram algumas amigas lésbicas serem presas quando tomavam café em um bar de Moscou por levar uma bandeira arco-íris, representativa do movimento LGTB. Este e outros atos discriminatórios fizeram com que elas fugissem do país e fossem pedir asilo na Argentina, apesar não falar Espanhol ou Inglês, explicou a vice-presidente da organização.
Esse é o primeiro casamento de mulheres russas realizado na Argentina. Há cinco meses um casal de gays da mesma nacionalidade fez o mesmo no país e também pedir asilo pelo mesmo motivo.
Na quinta-feira passada, organizações do coletivo homossexual realizaram um "beijaço público" na frente da embaixada russa em Buenos Aires em repúdio à visita do presidente Vladimir Putin à capital argentina.
Dois dias depois, enquanto a presidente argentina, Cristina Kirchner, se reunia com Putin na Casa Rosada, cidadãos russos e argentinos se manifestaram na frente da sede do Executivo para expressar descontentamento pelo recebimento de um líder que não respeita os direitos de todos.
A união de hoje coincide com a realização do quarto aniversário da aprovação da lei de casamento igualitário na Argentina, que se tornou o primeiro país da América Latina a legalizar as uniões entre pessoas do mesmo sexo.