
A Ucrânia e a Rússia concordaram com um cessar-fogo limitado no Mar Negro e com a suspensão temporária de ataques contra instalações de energia nos dois países. O acordo, anunciado nesta terça-feira (25), foi intermediado pelos Estados Unidos e representa o primeiro compromisso formal entre Moscou e Kiev desde o início da guerra, há três anos.
Trégua no Mar Negro e energia como foco das negociações
O acordo prevê a garantia de navegação segura no Mar Negro, evitando o uso da força e impedindo que navios comerciais sejam utilizados para fins militares. Além disso, estabelece uma pausa nos ataques a instalações energéticas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a trégua entrou em vigor imediatamente e destacou que pedirá sanções e mais apoio militar dos EUA caso a Rússia descumpra os termos.
A Rússia, por sua vez, confirmou o acordo, mas o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, enfatizou que Moscou precisa de “garantias claras” e afirmou que só confiará no compromisso se houver uma “ordem direta” de Washington para Kiev cumprir as determinações.
Mediação dos EUA e impacto global
O governo dos Estados Unidos vem conduzindo reuniões separadas com autoridades russas e ucranianas na Arábia Saudita para avançar nas tratativas de paz. A proposta original incluía um cessar-fogo de 30 dias, aceito pela Ucrânia em março, e ampliado após negociações com Moscou.
O acordo também prevê que os EUA trabalhem para aliviar sanções internacionais sobre a agricultura e exportação de fertilizantes russos. O Kremlin vê essa medida como um passo para restaurar parte dos vínculos da Rússia com o sistema financeiro global.
Perspectivas e desafios para a paz
Apesar da trégua parcial, a desconfiança entre as partes permanece. A Rússia ainda exige que a Ucrânia abandone sua intenção de ingressar na Otan e retire tropas das regiões ocupadas. Já Kiev busca mais apoio do Ocidente para reforçar sua defesa.
A guerra, iniciada em fevereiro de 2022, resultou em milhares de mortes e deslocamentos em massa, além de sanções severas contra Moscou. Agora, o cessar-fogo no Mar Negro pode ser um passo inicial para negociações mais amplas, mas especialistas alertam que um acordo definitivo ainda está distante.