EUA: Entenda como o eleitorado se divide com candidatos

Candidato escolhido para desafiar o presidente democrata Barack Obama em 6 de novembro só será anunciado oficialmente em agosto

Quatro pré-candidatos continuam na disputa pela indicação do Partido Republicano | Divulgação
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Os quatro pré-candidatos que continuam na disputa pela indicação do Partido Republicano para concorrer à Presidência americana têm o desafio de conquistar um eleitorado dividido, descontente com a atuação dos políticos em geral e pouco empolgado com o processo eleitoral.

Até agora, Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts, é o favorito e aparece na liderança de todas as pesquisas de intenção de voto, mas várias alas do Partido Republicano demonstram reservas quanto à sua candidatura e o consideram moderado demais.

O candidato escolhido pelo Partido Republicano para desafiar o presidente democrata Barack Obama nas eleições de 6 de novembro só será anunciado oficialmente em agosto, na convenção nacional.

Até lá, os pré-candidatos terão pela frente uma série de prévias em todo o país, nas quais tentarão ganhar o apoio de pelo menos 1.144 delegados, mínimo necessário para garantir a indicação do partido.

Veja como o eleitorado republicano se divide em relação aos pré-candidatos:

Mitt Romney

Romney tem o voto da ala moderada do Partido Republicano e, até o momento, é o líder nas pesquisas.

Ele é considerado o pré-candidato com maiores chances de derrotar Obama na eleição presidencial, o que motiva muitos republicanos a votarem nele com a principal preocupação de tirar a Presidência das mãos dos democratas.

No entanto, o favoritismo de Romney ainda está sujeito a resistências dentro do partido, e pesquisas indicam que a maioria dos republicanos gostaria de ter mais opções de candidatos.

Em Estados onde os eleitores estão mais preocupados com a economia do que com temas sociais, como New Hampshire, Romney tem apresentado um desempenho forte (ele venceu a primária com 40% dos votos, 17 pontos acima do segundo colocado, Ron Paul).

No entanto, entre o eleitorado mais conservador e preocupado com questões sociais, como aborto, casamento gay e religião, sua candidatura ainda enfrenta resistência.

Na prévia de Iowa, que abriu o calendário eleitoral, ele ficou 34 votos atrás de Rick Santorum, segundo resultados revisados (inicialmente, foi divulgado que Romney havia vencido com apenas oito votos de vantagem).

Apesar de o percentual dos dois ter sido o mesmo, o fato de Santorum ter vencido ilustra as dificuldades enfrentadas por Romney para conquistar alas como a dos evangélicos e dos republicanos mais conservadores.

Após a primária de New Hampshire, Romney ganhou o apoio do ex-pré-candidato Jon Hunstman, que desistiu da corrida eleitoral e, assim como ele, é um político moderado e seguidor da religião mórmon - este último, fator visto com desconfiança pela direita cristã, que tem força no partido.

Newt Gingrich

Político experiente, o ex-presidente da Câmara dos Representantes Newt Gingrich costuma se apresentar como a melhor alternativa "anti-Romney" para os republicanos mais conservadores.

Recentemente, Gingrich conquistou dois apoios importantes: o do governador do Texas, Rick Perry, que abandonou a disputa após resultados fracos em Iowa e New Hampshire, e o da ex-governadora do Alasca Sarah Palin, "musa" do movimento conservador Tea Party.

No caso de Palin, a ex-candidata republicana à vice-presidência disse que votaria em Gingrich se fosse eleitora na Carolina do Sul, palco da terceira prévia do partido, mas não declarou seu apoio formal à campanha nos outros Estados.

Ambas as demonstrações de apoio são importantes nos esforços de Gingrich para concentrar o voto da ala mais à direita e religiosa do partido, que ele divide com Santorum.

No entanto, alguns analistas afirmam que o histórico de três casamentos e relacionamentos extraconjugais de Gingrich podem prejudicar sua imagem entre alguns republicanos mais preocupados com o caráter moral de seus candidatos.

Dois dias antes da primária da Carolina do Sul, sua segunda mulher, Marianne Gingrich, deu uma entrevista a veículos de mídia dos Estados Unidos na qual disse que, antes da separação, o pré-candidato propôs que eles ou se divorciassem ou mantivessem um "casamento aberto" e que na época ele já mantinha um caso com Callista Bisek, sua atual esposa.

O pedido, segundo Marianne, foi feito ao mesmo tempo em que Gingrich dava discursos sobre valores religiosos e família.

Rick Santorum

O ex-senador da Pensilvânia Rick Santorum tem o apoio dos cristãos evangélicos e dos eleitores que dizem querer um "verdadeiro conservador" na disputa presidencial.

Após a primária de New Hampshire, ele conquistou o endosso de um grupo de cerca de 150 líderes cristãos conservadores do partido - ala que teme o avanço do mórmon Mitt Romney nas pesquisas.

No entanto, Santorum divide o voto dessa fatia evangélica e mais conservadora do eleitorado republicano com Newt Gingrich, com quem disputa o posto de "candidato anti-Romney".

Em Iowa, onde Santorum foi o vencedor, batendo o favorito Romney, pesquisas indicam que ele teve um bom desempenho entre os evangélicos, os muito conservadores, os adeptos do Tea Party e aqueles eleitores que decidiram o candidato na última hora.

Ron Paul

Analistas concordam que o deputado libertário Ron Paul tem poucas chances reais de conquistar a indicação do partido, mas pode incomodar os demais candidatos ao longo da temporada de prévias.

Paul tem forte desempenho entre a ala jovem do partido e eleitores que se identificam como independentes.

Em New Hampshire, ele conquistou o segundo lugar, com 23% dos votos.

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