O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, de 94 anos e hospitalizado desde a noite de quarta-feira (27) por uma recaída de uma infecção pulmonar, "encontra-se bem" e "fez progressos constantes", anunciou nesta sexta-feira (29) a presidência.
"Mandela encontra-se bem e tomou um café da manhã completo nesta manhã de 29 de março de 2013. Os médicos garantem que fez progressos constantes", afirma a presidência sul-africana em um breve comunicado.
Mandela, de 94 anos, ícone da luta contra o apartheid e o racismo, foi hospitalizado na noite de quarta-feira por uma recaída de uma infecção pulmonar que sofre há tempos.
Na quinta-feira, a presidência sul-africana indicou que reage positivamente ao tratamento.
"O país não deve entrar em pânico. Madiba (o nome do clã de Mandela) está bem", disse na quinta-feira o presidente Jacob Zuma. "É preciso compreender que Madiba já não é um homem jovem. Se for feita uma avaliação hoje ou amanhã, as pessoas não devem entrar em pânico (...). Continua sendo o Madiba, apesar da idade que tem", acrescentou.
Mas perguntado sobre se chegou o momento de encarar o inevitável (a morte de Mandela), Zuma respondeu: "sim (...), a idade sugere isto".
Ícone da luta contra o racismo
No início de março, o ex-presidente sul-africano foi hospitalizado durante 24 horas e a presidência disse na época que se tratava de uma visita de rotina.
Sua última hospitalização longa, que durou 18 dias, ocorreu em dezembro de 2012, também como consequência de uma infecção pulmonar.
Mandela, que vive em Qunu, o povoado onde passou sua infância, foi levado a Pretória no início de dezembro para ser hospitalizado. Ao sair do hospital, seus parentes preferiram instalá-lo em sua casa de Johannesburgo, a 60 km de Pretoria e perto dos centros médicos mais modernos do país.
Nelson Mandela, presidente entre 1994 e 1999, passou 27 anos de sua vida na prisão por ter lutado contra o regime do apartheid de segregação racial na África do Sul.
Libertado em 1990, Mandela se converteu quatro anos depois no primeiro presidente negro de seu país, depois de ter conquistado em 1993 o prêmio Nobel da Paz - junto ao último presidente do apartheid, Frederick de Klerk - por ter dirigido com sucesso as negociações que instauraram a democracia.
Há alguns anos, Mandela desapareceu do âmbito público e não faz nenhum comentário sobre a política de seu país.
No entanto, no dia 10 de fevereiro recebeu a visita do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que disse tê-lo visto "em bom estado e relaxado", vendo televisão.
Mas alguns dias depois, seu amigo George Bizos, um advogado muito conhecido, o visitou e mostrou-se menos entusiasmado.
"Infelizmente, às vezes se esquece de que alguém faleceu e seu rosto expressa incompreensão quando você diz a ele que Walter Sisulu (ativista sul-africano contra o apartheid) ou outra pessoa já não formam parte deste mundo", explicou.
Nelson Mandela sofreu vários problemas de saúde, frequentemente relacionados aos seus 27 anos de prisão e de trabalhos forçados na ilha de Robben Island (sudoeste).