O govenro do Irã informou nesta quarta-feira (11) que vai apoiar o plano de paz para a Síria apenas se o presidente Bashar al Assad seguir à frente do regime de Damasco, segundo disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, ao mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.
Annan se reuniu hoje em Teerã com Salehi e, em entrevista coletiva conjunta posterior ao encontro, o ex-secretário-geral da ONU disse que espera uma melhora da situação na Síria nas próximas horas e que o Irã, principal aliado do regime de Damasco na área, seja "parte da solução do conflito".
Salehi, por sua vez, manifestou o apoio iraniano ao plano de paz de Ananan e a sua mediação, que espera que seja "justa e imparcial", enquanto pediu "tempo" para que Assad, o principal aliado árabe de Teerã, aplique as reformas que prometeu.
O governo de Damasco e a oposição armada, segundo Annan, prometeram respeitar o cessar-fogo previsto para esta quinta-feira (12).
- Se todos respeitarem o cessar-fogo a partir das 6h de quinta-feira, a situação melhorará muito.
Segundo Annan, o Irã está de acordo em "buscar uma saída pacífica" para a situação de violência na Síria, pois, ressaltou, "uma maior militarização do conflito seria desastrosa".
- A situação geopolítica da Síria está de uma forma que qualquer erro pode ter consequências inimagináveis na região e no mundo.
Salehi, por sua vez, enquanto pedia "tempo" para as reformas de Assad, disse que o governo da Síria "tenta cumprir os seis pontos (do plano de paz de Annan para acabar com a violência no país), mas para que eles sejam aplicados de forma completa, todos (incluindo a oposição armada) devem colaborar".
Segundo o responsável da diplomacia iraniana, Teerã considera que os sírios devem ter direitos como a "liberdade de partidos políticos, a liberdade de escolha e uma Constituição que abranja os desejos do país".
Após o encontro com Salehi, Annan se reuniu com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Saeed Jalili, e durante a tarde viajará para Bandar Abas, no litoral do Golfo Pérsico iraniano, para se reunir com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.