A sudanesa cristã refugiada na embaixada dos Estados Unidos em Cartum depois da anulação de sua condenação à morte por apostasia, é alvo de uma nova denúncia ante a justiça por pessoas que afirmam ser membros de sua família.
Estas pessoas, de confissão muçulmana e que pretendem provar seus laços de parentesco com Yahia Ibrahim Ishag, são as mesmas que apresentaram a primeira acusação em 2013, que resultou em sua condenação à morte em 15 de maio.
Essa condenação, pronunciada em virtude da lei islâmica vigente no Sudão e que proíbe conversões, foi finalmente anulada em apelação no dia 23 de junho, depois que o caso provocou um escândalo internacional.
Meriam Yahia Ibrahim Ishag se refugiou na representação diplomática americana depois de ter sido detida, condenada à morte, libertada e detida de novo quando tentava deixar o país, acusada de usar documentos falsos.
A justiça sudanesa condenou Meriam Yahia Ibrahim Ishag à pena de morte por infidelidade ao Islã, em virtude da interpretação sudanesa da sharia (lei islâmica) vigente no país desde 1983, que proíbe as conversões para outras religiões.
Seu marido, Daniel Wani, conta com a dupla nacionalidade americana e sul-sudanesa.
"Acho que o tribunal vai rejeitar esta nova denúncia", declarou o advogado da acusada.
Segundo ativistas cristãos, um homem que afirma ser irmão de Meriam anunciou que sua família a mataria se fosse declarada inocente das acusações de apostasia.