O atirador que matou seis pessoas em um templo Sikh no sul do Wisconsin era um ex-recruta norte-americano, disse o Pentágono nesta segunda-feira (6).
Um grupo monitor de extremistas contou que o atirador tinha ligações com grupos racistas.
O atirador, identificado como Wade Michael Page, de 40 anos, matou seis pessoas e deixou três gravemente feridas, incluindo um policial, no templo Sikh de Oak Creek, subúrbio de Milwaukee, no estado do Wisconsin no domingo, enquanto os fieis se preparavam para os serviços religiosos da manhã.
Um policial, o primeiro que chegou à cena do tiroteio, matou a tiros o atirador pouco depois do ataque.
Segundo o chefe de polícia de Wisconsin, John Edwards, Page, de 40 anos, era um ex-soldado, que serviu entre 1992 a 1998.
Em dado momento, Page esteve alocado na base de Fort Bragg, na Carolina do Norte.
O Pentágono afirmou que ele tinha condecorações por bom comportamento, mas a agência Reuters apurou que ele teria sido expulso do exército por aparecer embriagado no serviço.
"Terrorismo doméstico"
Autoridades disseram no domingo que estavam tratando o ataque como um ato de terrorismo doméstico.
Wade tinha sido um membro da banda racista skinhead End Apathy, com sede em Fayetteville, no estado da Carolina do Norte, em 2010, disse Heidi Beirich, diretora do projeto de inteligência do Southern Poverty Law Center, em Montgomery, no estado do Alabama.
Wade também tentou comprar mercadorias da Aliança Nacional, um grupo neonazista, em 2000, disse ela.
"Isso é tudo que sabemos sobre Wade. Nós ainda estamos procurando em nossos arquivos", afirmou.
A agente especial Teresa Carlson, chefe do escritório de investigações da polícia federal americana em Milwaukee, confirmou nesta segunda-feira que Page é alvo de uma investigação de "terrorismo doméstico".
"A definição de terrorismo doméstico é o uso de violência para ganhos sociais ou políticos. Claramente estamos lidando com algo assim", emendou.
Ela também confirmou que ele tinha ligação com "grupos supremacistas brancos".
Carlson disse que o FBI sempre esteve alerta para a ocorrência de ataques após episódios violentos, como o massacre da sessão do filme "Batman" no Colorado, em 20 de julho.
Mas ela destacou que os investigadores não tinham indícios específicos de que qualquer ato violento estivesse sendo planejado.
O FBI também divulgou uma foto de uma "pessoa de interesse" no caso, que teria sido vista no local dos disparos durante o incidente.
Mas a polícia federal dos EUA reafirmou que continua trabalhando com a hipótese de que Page agiu sozinho.
Serviço militar
Uma autoridade dos EUA, que pediu para não ser identificada, confirmou que Wade tinha sido do serviço militar e disse que isso foi antes dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
O suspeito "vivia em uma comunidade vizinha à nossa, estamos fazendo uma checagem das últimas 24 horas, apenas para obter alguma ideia do que ele estava pensando, o que estava fazendo", contou Edwards.
A polícia fez buscas na casa dele na manhã desta segunda.Wisconsin tem algumas das leis de armas mais permissivas no país.
O Estado aprovou uma lei em 2011 permitindo que os cidadãos carregassem uma arma escondida.
Uma autoridade do Escritório de Álcool, Armas de Fogo e Explosivos disse que a arma usada no ataque foi comprada legalmente, mas não revelou o nome do comprados.
Jagjit Singh Kaleka, irmão do presidente do templo, que estava entre os seis Sikhs mortos, disse que não tinha ideia do motivo do ataque.