Diversos museus, a Ópera de Paris e muitas lojas que ficam nos arredores da Avenida Champs-Elysées, a mais famosa da cidade, fecharão no sábado (8) como medida de segurança devido à nova manifestação marcada pelo movimento dos "coletes amarelos", que protestam contra o governo da França há três semanas.
A Torre Eiffel também será fechada, disse a operadora em seu site. "As manifestações anunciadas para sábado, dia 8, em Paris não nos permitem receber visitantes em condições seguras", afirmou a Sete em um comunicado.
O Grand Palais e o Petit Palais, nos limites da Champs-Elysées, epicentro do protesto, serão duas das instituições culturais que permanecerão fechadas. O mesmo ocorrerá com o Museu do Homem, o Palácio de Chaillot e a Cidade da Arquitetura e do Patrimônio, todos próximos à Torre Eiffel.
As duas sedes da Ópera de Paris, o Palácio Garnier e a Praça da Bastilha também não funcionarão no dia da manifestação.
A Câmara Municipal de Paris divulgará na sexta-feira uma lista de outros centros culturais e monumentos que não abrirão, uma consequência da violência registrada no protesto dos "coletes amarelos".
As autoridades locais estimam que os danos provocados pelos manifestantes foram de até 4 milhões de euros.
A Polícia de Paris recomendou que comerciantes da região da Champs-Elysées, que inclui tanto a avenida como as áreas próximas, que fechem as portas no sábado. Além disso, pediu que eles retirem materiais de obra ou outros objetos que possam servir como arma para os manifestantes, segundo a emissora "BFMTV".
O aviso ainda sugere que os lojistas protejam seus estabelecimentos de eventuais danos, colocando tapumes nas vitrines ou tomando outras medidas para preservação do patrimônio.
O primeiro-ministro da França, Édouard Phillipe, disse hoje que o governo montará um "esquema excepcional" diante do temor de que o protesto termine mais uma vez em violência no centro da cidade.
Phillipe anunciou que agentes suplementares foram convocados para se unir ao contigente de 65 mil membros das forças de segurança já espalhados por todo o país para organizar o protesto.
No Senado, o primeiro-ministro reiterou o pedido para que os "coletes amarelos" desistam do protesto em Paris para evitar que o ato seja instrumentalizado por grupos radicais.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, disse que as medidas de precaução foram adotadas para impedir que a cidade seja saqueada.
"Claro que estou preocupada. Como não estaria?", questionou.
Confrontos
No sábado (1º), houve confronto dos manifestantes com a polícia na Avenida Champs-Elysées, em Paris, que deixou 130 feridos e mais de 400 detidos. Cerca de 136 mil saíram às ruas naquele dia.
Os "coletes amarelos" continuaram as ações na segunda (3) em diversos pontos do país com bloqueios de rodovias, estradas e acessos a complexos petrolíferos.
Aumento cancelado
Os protestos foram mantidos apesar de o governo ter anunciado na quarta-feira que desistiu de aumentar os impostos de combustíveis. Inicialmente, a medida seria suspensa por seis meses, mas depois o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, disse que o aumento não entraria no projeto orçamentário de 2019.
Segundo a imprensa francesa, o presidente Emmanuel Macron tomou a decisão após perceber que a primeira proposta não foi bem recebida pelos "coletes amarelos".