O Tribunal Penal de Minia, no sul do Egito, condenou nesta segunda-feira (28) 720 supostos seguidores da Irmandade Muçulmana à morte por cometerem atos de violência em dois casos separados, informou o advogado da defesa Tareq Ibrahim à Agência Efe.
O tribunal mandou os expedientes de 683 processados ao mufti do Egito, Shauqui Alam, máxima autoridade religiosa, o que segundo o sistema judiciário egípcio significa que foram condenados à morte.
A maioria destas pessoas foi julgada à revelia, enquanto entre os detidos se encontram alguns dirigentes islamitas, como Badía, que enfrenta acusações de atacar instituições públicas e a delegacia do distrito de Al Edua.
Em outro caso, o presidente do tribunal, o juiz Said Youssef, declarou pena de morte para 37 pessoas e prisão perpétua para outras 491 por envolvimento em atos violentos.
Este segundo grupo de mais de 520 pessoas tinha sido condenado à pena capital em 24 de março e seus processos tinham sido remetidos ao mufti de forma provisória para que este emitisse uma sentença não vinculativa.
As famílias explodiram em prantos e gritos ao conhecer as sentenças, e insistiram em que seus familiares são inocentes.
A decisão judicial de condenar à morte esse número tão elevado de pessoas não tem precedentes na história do Egito e despertou críticas de países ocidentais e de organismos de direitos humanos.