Trump retira os EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU e suspende financiamento à UNRWA

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva histórica retirando os EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Pessoas se reúnem ao lado de faixa de boas-vindas perto dos escombros de prédio desmoronado na costa de Gaza  | Omar AL-QATTAA / AFP Pessoas se reúnem ao lado de faixa de boas-vindas perto dos escombros de prédio desmoronado na costa de Gaza | Foto: Omar AL-QATTAA / AFP
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Nesta terça-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva histórica retirando os EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Além disso, ele manteve a suspensão do financiamento à UNRWA, a agência da ONU que presta assistência a refugiados palestinos.

Em uma cerimônia no Salão Oval da Casa Branca, com a presença de jornalistas, Trump também reafirmou suas declarações polêmicas sobre a situação na Faixa de Gaza. Ele afirmou que a única alternativa para os palestinos da região seria deixar o território, uma sugestão que é apoiada por setores da extrema direita israelense, mas que, segundo analistas, configuraria uma violação do direito internacional, como um caso de limpeza étnica.

REFÚGIO

Trump propôs que países como Jordânia e Egito aceitassem palestinos deslocados da Faixa de Gaza, uma área gravemente destruída após 15 meses de intensos conflitos entre Israel e o Hamas, o grupo terrorista que controla a região. Durante sua fala, o presidente afirmou: 

"É um local em escombros. Se pudéssemos encontrar o pedaço certo de terra e construir moradias, poderia ser muito melhor do que voltar para Gaza."

Essas declarações foram semelhantes a uma fala de Trump feita no dia 25 de janeiro, quando descreveu Gaza como "literalmente um local de demolição" e sugeriu envolver nações árabes para ajudar a criar moradia fora da região, onde os palestinos poderiam viver "em paz, pelo menos por um tempo."

REJEIÇÃO À PROPOSTA POR PARTE DA JORDÂNIA

Trump discutiu a ideia com o rei Abdullah da Jordânia, sugerindo que o país aceitasse palestinos. No entanto, a proposta foi prontamente rejeitada pelo ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, que reafirmou a posição de seu país: "A Jordânia é para os jordanianos e a Palestina é para os palestinos."

A proposta de Trump foi bem recebida por líderes da extrema direita israelense, como o ministro das Finanças Bezalel Smotrich. Ele a descreveu como uma "excelente ideia", acreditando que os palestinos poderiam começar uma nova vida em outros lugares após anos de glorificação do terrorismo. Smotrich, conhecido por suas posições ultranacionalistas, é um defensor da anexação total dos territórios palestinos por Israel, algo amplamente condenado pela ONU e pela comunidade internacional.

CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU

O Conselho de Direitos Humanos da ONU foi criado em 2006 com a missão de promover direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, os direitos das mulheres e a defesa das populações LGBT, além de investigar violações de direitos humanos. Por sua vez, a UNRWA, estabelecida há 75 anos, atende milhões de palestinos, oferecendo ajuda humanitária e serviços educacionais principalmente em Gaza e na Cisjordânia. Recentemente, Israel votou para encerrar o acordo que permitia a presença da UNRWA em seu território.

DESTRUIÇÃO EM GAZA E CRISE HUMANITÁRIA

O conflito entre Israel e o Hamas gerou uma enorme crise humanitária, com mais de 40 mil mortos. A destruição em Gaza resultou em um cenário devastador, agravando ainda mais a situação dos refugiados palestinos.

Antes de deixar o cargo, o presidente Joe Biden manifestava oposição ao deslocamento forçado de palestinos e defendia a criação de um Estado da Palestina, como parte de um processo de paz com Israel. A proposta de Trump de evacuar palestinos da Faixa de Gaza gerou grande preocupação sobre o futuro do grupo na região, além de enfraquecer a proposta de um Estado palestino.

Com informações do g1

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