A TV estatal da Coreia do Norte, KCTV, fez uma produção "hollywoodiana" para mostrar para a população o último lançamento de um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) , ocorrido nesta quinta-feira (24).
Nas imagens veiculadas, o ditador Kim Jong-un aparece com um estilo do ator Tom Cruise em "Top Gun": jaqueta de couro e óculos escuros de estilo aviador andando no meio de dois militares e à frente do lançador gigantesco do míssil.
Ao chegar no hangar de testes, Kim caminha em tom triunfal, olha para o relógio e dá a autorização para o disparo do dispositivo com um aceno de cabeça.
O míssil Hwasong-17 foi o primeiro ICBM a fazer um teste completo desde 2017 e marca mais um passo na aceleração do programa de mísseis norte-coreano neste ano. Para os Estados Unidos, o ato é uma "flagrante violação" das regras do Conselho de Segurança da ONU.
A capacidade desse tipo de equipamento é imensa, podendo atingir praticamente todo o território continental dos EUA com precisão.
O lançamento foi destaque em todas as suas fases de operação na mídia estatal: na agência de notícias KCNA, no jornal Rodong Sinmun e, por último, na KCTV.
Além das imagens estilizadas do lançamento, a matéria afirma que a Coreia do Norte está "pronta para um confronto" com os EUA por conta do "sucesso histórico" no lançamento desse ICBM. O texto ainda destaca que ele foi lançado do aeroporto internacional de Pyongyang e viajou a uma altitude máxima de 6.248,5 quilômetros, voando a uma distância de 1.090km por 4.052 segundos "antes de atingir com precisão uma área marítima pré-estabelecida" no Mar do Japão.
"O novo míssil tornaria de novo o mundo inteiro claramente consciente do poder das nossas forças armadas estratégicas [...] e estamos completamente prontos para um confronto de um longo período com os imperialistas estadunidenses", disse Kim à emissora.
Os novos testes realizados em 2022 ocorrem em meio aos temores do aumento da tensão na região da península coreana . As tratativas para a desnuclearização da Coreia do Norte estão paradas desde fevereiro de 2019, quando o então presidente norte-americano Donald Trump abandonou as conversas.