Por RFI
A capital econômica do Equador é o epicentro da pandemia do novo coronavírus no país. Um terço dos 2,7 milhões de habitantes de Guayaquil foram contaminados, informou nesta quinta-feira (7) a prefeita da cidade Cynthia Viteri. O Equador, que é um dos países latino-americanos mais afetados pela Covid-19, vai receber uma ajuda de US$ 1,45 bilhão de agência multilaterais internacionais para lutar contra a pandemia.
A prefeita da Guayaquil disse que um estudo estatístico foi realizado para descobrir a taxa de infecções pela Covid-19 na cidade. "Com base científica, afirma-se que 33% dos residentes de Guayaquil foram infectados", tuitou Cynthia Viteri, que se recuperou recentemente da doença. Ela acrescentou que a principal preocupação de sua equipe "é cuidar para que os 67,3% da população que não foram contaminados, não sejam vítimas do vírus".
"Há meio milhão de pessoas contaminadas na cidade. Se elas não se isolarem e circularem sem proteção, haverá inevitavelmente uma segunda onda de contaminação", alertou a prefeita.
O Equador, que tem uma população de 17,5 milhões de pessoas, registra quase 30.300 casos, incluindo 1.654 mortes. As autoridades também relatam mais 1.705 mortes suspeitas.
A cidade portuária de Guayaquil é a mais afetada, com cerca de 8.900 infecções, segundo dados do governo nacional. No auge da epidemia, no final de março, o governo equatoriano montou uma força-tarefa para ajudar a resgatar e enterrar o grande número de mortos da cidade. Em três semanas, a equipe recuperou 1.400 vítimas que morreram em suas casas ou em hospitais. O governo anunciou nesta semana que a força-tarefa de Guayaquil seria desmobilizada.
Ajuda do FMI e de outras agências internacionais
O Equador anunciou nessa quinta-feira que o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e outras agências internacionais iriam ajudar o país a enfrentar a pandemia. Os empréstimos, de um valor total de US$ 1,45 bilhão, serão utilizados para "relançar a economia e salvar empregos", declarou em cadeia nacional de rádio e TV o presidente Lenín Moreno.
A ajuda de emergência de US$ 643 milhões do FMI foi aprovada em 2 de maio. O Banco Mundial informou nessa quinta-feira, em um comunicado, que iria liberar US$ 506 milhões para apoiar o Equador a "reagir contra a Covid-19 e reforçar o programa equatoriano de estabilização macroeconômica e de crescimento inclusivo". O Banco de Desenvolvimento da América Latina contribuirá com US$ 300 milhões.
A crise sanitária provocou prejuízos de US$ 11 bilhões no país, segundo o ministro da Produção, Ivan Ontaneda, e o PIB nacional deve recuar 4% este ano. A economia do equador depende fortemente das exportações de petróleo.