Universidade descobre parte de corpos abandonados em porão

Mesmo depois de perder a utilidade para os estudantes, os corpos nunca foram enterrados.

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Uma universidade alemã está investigando a descoberta de centenas de partes de corpos humanos abandonadas - aparentemente há anos - no porão de seu instituto de anatomia, segundo relatos da imprensa europeia.

Segundo a versão online da revista Der Spiegel, os pedaços de corpos foram encontrados há cerca de três semanas na Universidade de Colônia. Eram de pessoas que haviam doado seus órgãos à ciência, para serem dissecados por estudantes de medicina.

Mas, mesmo depois de perder a utilidade para os estudantes, os corpos nunca foram enterrados. Três deles são de identidades desconhecidas e estavam há tempo indeterminado no porão da universidade, informa a Der Spiegel.

Um agravante à história é o fato de o diretor do departamento de anatomia da universidade ter sido encontrado morto, no mês passado, sob uma ponte de Colônia. Suspeita-se que ele tenha cometido suicídio depois que começaram a surgir rumores sobre irregularidades no seu departamento.

Segundo um relatório policial inicial, citado pela imprensa local, funcionários da Universidade de Colônia encontraram uma sala repleta de corpos humanos e de animais, além de baldes plásticos etiquetados com palavras como "narizes" e "recém-nascidos". É possível que eles estivessem ali sem serem usados há cerca de uma década.

Um funcionário, que pediu anonimato, disse que o sistema de ventilação da sala estava quebrado, fazendo com que o local tivesse um odor ruim. A cena, disse ele, era "nojenta" e semelhante a "um filme de terror".

O vice-reitor da universidade, Axel Freimuth, se disse "profundamente entristecido e chocado" com a situação. O jornal britânico The Guardian diz que o caso abalou o ambiente acadêmico alemão e levantou debates sobre a doação de órgãos para estudos médicos.

"Ainda que seja tradicionalmente popular na Alemanha, essa prática aumentou nos últimos anos, quando o governo eliminou subsídios estatais para funerais e as pessoas começaram a buscar formas de economizar dinheiro", informa o jornal britânico. Com isso, a oferta de corpos doados à medicina superou a demanda.

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