A Junta Nacional de Drogas do Uruguai informou nesta segunda-feira (5) que o país deverá abrir, entre 15 e 20 dias, um processo público para escolher interessados na produção industrial de maconha, conforme o decreto que regulamenta a compra, a venda e o cultivo da planta. O secretário geral do órgão, Julio Calzada, disse hoje que o governo espera que o país produza entre 4 e 5 toneladas de maconha no primeiro ano de regulamentação.
Entretanto, para abastecer o mercado uruguaio, seriam necessárias 22 toneladas por ano. A expectativa da junta é que o mercado legal alcance 25% do total. De acordo com um levantamento do órgão, o país tem 150 mil consumidores habituais da droga. O governo só permitirá a produção de forma industrial da maconha a empresas, organizações ou particulares selecionados por "idoneidade" e por não terem vínculos com o narcotráfico. "O cultivo poderia ser iniciado em seis semanas", acrescentou Calzada.
Os consumidores deverão ser registrados pelo Instituto de Regulação e Controle de Canabis. Inicialmente, o governo definiu que os primeiros hectares de plantações estarão em uma área metropolitana que inclui a capital, Montevidéu, Canelones e San José, no sul do país. As regras que regulamentam o mercado entram em vigor amanhã (6). A lei que permite a produção e a venda da maconha no Uruguai havia sido aprovada e promulgada no país em dezembro do ano passado.