Saques a comércios da cidade de Cumanacoa, no norte da Venezuela, terminaram em violência nesta quarta-feira (22). De acordo com o gabinete do autoproclamado presidente Juan Guaidó, ao menos sete pessoas ficaram feridas no tumulto. Uma delas foi baleada, segundo ele.
De acordo com o deputado Robert Alcalá, aliado de Guaidó, os saques começaram depois que comerciantes aumentaram os preços durante a manhã. O parlamentar ouviu relatos de que os moradores da cidade passam fome.
Foto: Reprodução/Robert Alcalá/Twitter
O Centro de Comunicação da Assembleia Nacional — parlamento que é presidido por Guaidó — também afirmou que a crise se agravou com a pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
Ainda em março, o regime de Nicolás Maduro impôs quarentena para toda a Venezuela para evitar o espalhamento da Covid-19. Levantamento da Universidade Johns Hopkins desta quarta mostra 288 casos no país e 10 mortes pela doença.
Cumanacoa vem passando por manifestações contra a falta de alimentos e de combustíveis. O aumento nos preços por comerciantes revoltou ainda mais a população da cidade onde vivem mais de 50 mil pessoas.
Guaidó pede 'governo de emergência nacional'
Em mensagem publicada no Twitter, Guaidó culpou o regime de Nicolás Maduro pela crise e disse que os chavistas "subestimaram o povo, crendo que a repressão e o medo podem conter o inevitável".
"Um governo de emergência nacional sem os usurpadores é urgente", escreveu Guaidó.
Guaidó vem pedindo um governo de emergência desde março, quando os Estados Unidos propuseram que ele e Maduro se afastassem do poder e permitissem novas eleições presidenciais na Venezuela. O chefe do regime chavista, porém, negou a proposta, que chamou de "aberração".