Nos últimos dias, veio a tona nas redes sociais um vídeo que tem causado um grande movimento de revolta e protestos vindos de grupos de alpinistas. As imagens registradas mostram um grupo de montanhistas que estavam escalando a segunda maior montanha do mundo, a K2, que fica localizada na fronteira entre o Paquistão e a China. O que chamou a atenção do público foi que enquanto gravavam o local, foi visto que muitos colegas do grupo estavam saltando sobre o corpo de um dos integrantes que acabou morrendo no local.
No vídeo, o corpo se encontra no “meio do caminho”, onde fica passagem para o grupo poder andar nas laterais da montanha. O homem foi identificado como Muhammad Hassan, de 27 anos, que acabou morrendo durante o trajeto após ficar gravemente ferido. O caso ocorreu no dia 27 de julho, e desde então, muitos internautas questionam as ações do grupo, que abandonou o corpo do colega no local e seguiu seu caminho.
Após a repercussão negativa do vídeo, um dos alpinistas que também estava participando da escalada no mesmo dia, disse em uma entrevista ao jornal holandês De Telegraaf, que se sentiu “enojado com a inação dos colegas”. “Uma pessoa é deixada para trás para que recordes possam ser estabelecidos. Seriam necessárias apenas três ou quatro pessoas para salvá-lo”, disse o montanhista.
Kristin Harila, uma alpinista norueguesa que também participou da escalada junto com Hassan, publicou um depoimento em suas redes sociais na última quinta-feira (10), onde explica que os colegas tentaram sim de alguma forma salvar o amigo. Mas que, segundo ela, houveram tentativas falhas de tirá-lo do local onde o mesmo se acidentou, mas Kristin explicou que, nas condições em que o grupo estava, ajudar Hassan acabou se tornando algo “impossível”. Ela escreveu ainda que um colega do grupo “ficou quase duas horas e meia com Hassan”.
“Gabriel ficou conversando com ele, tentando mantê-lo acordado na esperança de que pudesse ser resgatado. Ele forneceu a própria máscara de oxigênio para Hassan. Mas, naquelas condições adversas, não foi possível sequer resgatar o corpo após a sua morte”, escreveu a alpinista, lamentando o ocorrido, ainda ressaltando que os equipamentos usados por Hassan, não eram adequados “para enfrentar um cume de 8 mil metros”.
Além de depoimentos de integrantes do grupo que estava na montanha quando o caso aconteceu, alguns profissionais e também amadores da área do alpinismo se manifestaram em suas redes sociais, protestando contra a atitude do grupo, ao deixar o corpo do alpinista para trás. A montanha a qual o grupo escalava recebeu o nome de K2, sendo considerada a segunda mais alta do mundo, ficando atrás apenas do Monte Everest, com cerca de 8,6 mil metros de altura.
De acordo com depoimentos de testemunhas, Muhammad Hassan teria sido contratado para atuar como carregador da equipe de alpinistas, e estava a cerca de apenas 400 metros de distância do topo da montanha quando foi atingido por uma avalanche de modo repentino que o empurrou, fazendo-o se machucar gravemente. Alguns membros da equipe tentaram salvá-lo, mas depois do esforço, e por conta da altura, começaram a deixar o local. Naquele pico, o ar era tão rarefeito que todos os montanhistas precisavam usar máscaras de oxigênio para não desmaiarem.
CONFIRA O VÍDEO ABAIXO: