Vietnamita espera 30 anos para se casar com norte-coreana

Homem passou 30 anos tentando convencer governo a autorizar união, selada em 2002.

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O vietnamita Pham Ngoc Canh conheceu Ri Yong-hui em 1971, quando viajou para a Coreia do Norte para estudar Química. Ele se apaixonou instantaneamente pela mulher, que viu de relance pela porta entreaberta de um laboratório em Hamhung.

Canh disse que, ao vê-la, imediatamente pensou: "Gostaria que ela fosse minha esposa". Mas, para realizar este desejo, teve de esperar três décadas. Ele saiu da Coreia do Norte em 1973, mas continuou escrevendo para Yong-hui durante os próximos 30 anos.

Por conta da oposição do governo norte-coreano em relação a contatos com estrangeiros, Canh teve de fazer seu próprio lobby pela "unificação".

Em uma ocasião, levou 40 cartas de amor escritas durante um período de 20 anos à embaixada norte-coreana para tentar conseguir ajuda. Atuando como tradutor para equipes de esportistas, Canh visitou a Coreia do Norte várias vezes.

Em uma dessas viagens, lhe disseram que Yong-hui, que trabalhava em uma fábrica de fertilizantes, havia se casado - ou morrido. Mas ele se recusou a acreditar que tinha perdido o amor da sua vida. A última carta dela havia chegado em 1992.

Nela, Yong-hui lembrava Canh de que embora os dois tivessem envelhecido, o amor que sentiam era eternamente jovem. Em 2001, ao ouvir que uma delegação vietnamita iria visitar Pyongyang, Canh decidiu fazer uma última tentativa.

Ele escreveu para o presidente do Vietnã e para o Ministério das Relações Exteriores. Meses depois, recebeu das autoridades norte-coreanas algo que esperara por 30 anos: permissão para se casar com Ri Yong-hui. Cerca de 700 pessoas compareceram à cerimônia de casamento, em 2002.

Muitos choraram ao saber dos obstáculos que aquele amor havia vencido para poder chegar a um final feliz. Hoje, o casal, com cerca de 60 anos de idade cada um, vive em um apartamento modesto em Hanói, a capital do Vietnã.

Eles podem ser vistos passeando pela cidade em sua velha motocicleta, ou andando de mãos dadas. "Meus sentimentos por ela continuam os mesmos. Nada mudou", disse Canh.

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