Os colégios eleitorais da França abriram as suas portas às 8h deste domingo (22) (3h no horário de Brasília) para o primeiro turno das eleições presidenciais francesas. Dez candidatos disputam o pleito, com destaque para o atual presidente, Nicolas Sarkozy, que tenta a reeleição, e o socialista François Hollande. Segundo pesquisas de opinião, ambos devem passar para o segundo turno, que acontecerá no dia 6 de maio.
As urnas permanecerão abertas até as 20h (15h no horário de Brasília) para receber os votos de cerca de 45 milhões de eleitores.
François Hollande é fotografado durante votação em 1º turno da eleição presidencial na França (Foto: REUTERS/Jacky Naegelen
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, dá entrevista à TV nesta quinta-feira (19) (Foto: AFP)
A votação começou no sábado para franceses que estão no exterior. Embora os resultados oficiais devam ser anunciados somente na quarta-feira (25), os dados da apuração já serão conhecidos após o fechamento dos colégios eleitorais.
Além de Sarkozy e Hollande, se apresentaram ao pleito outros oito candidatos, sendo que Jean-Luc Mélenchon, da Frente de Esquerda, e a ultradireitista Marine Le Pen, da Frente Nacional, disputam a terceira posição nas intenções de voto, de acordo com as pesquisas.
Também concorrem a ecologista franco-norueguesa Eva Joly, a ultraesquerdista Nathalie Artaud, o centrista François Bayrou, o defensor da soberania Nicolas Dupont-Aignan, o trotskista Philippe Poutou e o gaullista de esquerda Jacques Cheminade.
Nas ruas de Paris, eleitores decepcionados disseram que os principais candidatos ignoraram os desafios que o país enfrenta, incluindo o desemprego em seu nível mais alto em 12 anos e as perspectivas econômicas ruins. "A campanha não foi séria o suficiente. Os assuntos importantes não foram debatidos", afirmou à agência de notícias Reuters Frederic Le Fevre, um empresário. "Eles se concentraram em argumentos infantis, culpando um ao outro."
Os candidatos argumentaram por semanas sobre carne e o custo da carteira de habilitação. Até os líderes nas pesquisas tentaram ganhar votos com propostas simbólicas. Hollande, por exemplo, quer tirar a palavra "raça" da Constituição. Sarkozy, por sua vez, quer adiantar o pagamento de pensões mensais em oito dias.
Rigor com imigração
A imigração está sendo um dos temas centrais da campanha. Tanto o atual presidente Nicolas Sarkozy como o deputado François Hollande, do Partido Socialista, estão de acordo em que é necessário um maior controle da imigração clandestina. Mas, em outros pontos, as propostas de esquerda e direita se diferenciam.
Uma das propostas de Sarkozy é diminuir de maneira importante a imigração. O candidato chegou a falar em reduzi-la pela metade. Para isso, ele pretende endurecer as regras de reagrupamento familiar, aumentando as exigências para a concessão de vistos para cônjuges e filhos de pessoas que já moram na França de maneira legal. As famílias teriam que provar, por exemplo, que têm recursos financeiros e espaço em casa para acolher um novo membro.
A esquerda não se posiciona de maneira tão clara quanto a direita em relação à política de imigração. A principal proposta de François Hollande é a de sancionar a lei que dá aos estrangeiros que vivem há mais de cinco anos de maneira legal na França o direito de votar nas eleições municipais. Esta lei já foi votada no Parlamento em dezembro de 2011, mas Sarkozy disse que não vai aprová-la. Para ele o direito ao voto deve ser reservado aos cidadãos europeus, que já podem votar nas eleições municipais, e franceses.