Intoxicação rara leva família a hopital; suspeita é contaminação de mortadela

Suspeita é de que pai, mãe e filhos comeram mortadela contaminada

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Quatro pessoas da mesma família estão internadas em estado grave em Santa Fé do Sul (SP). Pai, mãe e dois irmãos, de 9 e 12 anos, foram diagnosticados com botulismo, uma forma de intoxicação alimentar causada por uma bactéria presente em alimentos contaminados e mal conservados. A suspeita é que a contaminação tenha ocorrido por meio do consumo de mortadela contaminada.

A família deu entrada na Santa Casa da cidade neste domingo (19) após apresentar sintomas da doença. Os principais são visão dupla e embaçada, fotofobia (aversão à luz), tonturas, boca seca, intestino preso e dificuldade para urinar. À medida que a intoxicação evolui, se manifesta na dificuldade para engolir, falar e de locomoção. Nos casos mais graves, há paralisia dos músculos respiratórios, que pode ser fatal.

"Quando chegaram ao hospital, apresentaram vômito e diarréia e foram internados. Mas durante algumas horas, houve piora do caso e uma evolução estranha. O médico plantonista percebeu, durante a madrugada, que estava havendo comprometimento no sistema nervoso e as vítimas foram encaminhadas para a UTI. O menino, de 9 anos, apresentou comprometimento neorológico, ou seja, ele teve visão dupla e não movimentava os olhos corretamente. Ele teve uma parada respiratória e foi colocado na ventilação mecânica", confirmou o médico José Maria Ferreira dos Santos.

A criança de 12 anos também apresentou piora e também foi colocada na ventilação mecânica. "O pai e a mãe apresentavam letargia, diminuição de reflexos, muito vômito e diarréia. Com as medidas do hospital, eles ficaram estáveis e fomos atrás do soro", comentou o médico.

Por causa da potencialidade letal da doença, a família precisou receber às pressas o soro específico contra a doença. Uma equipe da Polícia Militar saiu de São Paulo em um helicóptero para levar o medicamento até a cidade, que fica a 626 quilômetros da capital. "Foi montada uma verdadeira operação de guerra. Em duas horas, o soro já estava em nossa unidade. Sem ele, as vítimas correriam um risco de vida elevado", explicou o médico.

Segundo os médicos responsáveis pelo caso, o estado de saúde das quatro pessoas ainda é grave. "É uma doença muito rara., por isso só temos o soro anti-botulinico na capital. Normalmente, o que se houve falar, é que ela é mais comum no palmito com água contaminada. Mas existe em qualquer tipo de alimentos, basta desenvolver a bactéria", conformou o médico.

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