Após um outono marcado por dias quentes e secos, o inverno, que começa nesta quinta-feira (20), também será caracterizado por temperaturas acima da média e escassez de chuva. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a nova estação inicia às 17h51 e se estende até o dia 22 de setembro.
Dois fatores são os principais responsáveis pelas temperaturas anormais e chuvas irregulares que devem ser registradas:
- A persistência dos bloqueios atmosféricos impede que um grande número de massas de ar frio avance para o interior do país. A circulação desses sistemas pode provocar alguns extremos de calor, mesmo durante o inverno;
- As águas aquecidas do Oceano Atlântico interferem na atmosfera, alterando os padrões esperados para um inverno influenciado pelo fenômeno La Niña, que geralmente traz frentes frias mais intensas para o país.
Os meteorologistas ressaltam que, embora a expectativa seja de um inverno com temperaturas médias mais altas, isso não significa que não haverá dias frios. Eles destacam que períodos curtos de frio devem ocorrer, com uma variabilidade térmica maior do que a observada no ano passado.
CHEGADA DO LA NIÑA
O relatório mais recente da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), divulgado em 17 de junho, indica que o Oceano Pacífico está em fase neutra, sem a influência do El Niño ou do La Niña. Apesar da fase neutra, já se observa uma tendência de resfriamento nas regiões mais a leste do Pacífico, sugerindo a possibilidade de instalação do fenômeno La Niña nos próximos meses.
Para o Brasil, os efeitos clássicos do La Niña são:
- Aumento de chuvas no Norte e no Nordeste;
- Tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares;
- Tendência de tempo mais seco no Sul;
- Condição mais favorável para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.