Dos brancos, aos roxos e rosas, ao tradicional amarelo, que há mais de 20 anos, os ipês também conhecidos como Pau d’Arco, transformam-se em mosaico de cores aliando-se a nossa vegetação verde, ainda presente nos centros urbanos, encantando populares que fazem questão de fotografar e compartilhar em redes sociais.
Quem é fiel a essa prática é Manoel Oliveira, professor de Língua Portuguesa, que confessa ser apaixonado por ipês desde a infância. “Chegava a deitar sobre as flores que formavam um tapete dourado pelo chão.
Quando viajava pelas estradas, ficava paralisado com a beleza dos ipês ao longo do caminho. Não tirava os olhos da mata e começava a contar as árvores em sua florescência ao longo do percurso. Costumo citar em meus textos como sendo um tecido em meio ao manto verde da floresta”, relata Manoel Oliveira, que também é poeta.
Outra admiradora dos ipês é Virgínia Carvalho, servidora pública, que garante ser apaixonada pela cultura e vegetação nativa, afirma que os ipês colorem as tonalidades da cidade.
“O interessante é que isso ocorre no período mais quente da nossa cidade. Apesar do calor, nos proporciona tanta beleza, quando os ipês afloram enfeitando as ruas. O contraste perfeito das cores fortes é que esfria o cinza urbano de Teresina”, ressalta.
Os ipês são considerados patrimônio natural em Teresina e estão presentes, em maior quantidade, em locais, como: nas Praças da Costa e Silva, do Liceu, do Parque Piauí, Avenidas João XXIII, Presidente Kennedy e João XXIII, até na avenida que carrega o nome da árvore, Avenida dos Ipês, que é totalmente arborizada com o vegetal.
De acordo com Clóvis Júnior, coordenador do Plano Municipal de Arborização da Prefeitura de Teresina, esses locais foram escolhidos devido ao grande fluxo de pessoas que transitam diariamente.
“Os ipês foram trabalhados na cidade a partir de 1994, quando se pensou em plantar árvores nativas, para substituir umas dez espécies de árvores exóticas aqui plantadas, como a Amendoeira e a Figueira.
E foi pensado na estratégia de plantar em locais públicos e de grande movimentação, como praças e avenidas. O ipê amarelo foi o mais plantado”, explica.
Clóvis Júnior destaca ainda que a frutificação dos Ipês acontece entre os meses de outubro a dezembro: “Esse é o momento da floração, que começa no mês de julho e se intensifica em agosto.
Só em uma volta que dei pela cidade, fotografei 50 ipês. A frutificação ocorre entre os meses de outubro a dezembro. Mas vale lembrar que os frutos não são comestíveis”, pontua.
O ipê é uma árvore de grande porte, chega a medir, aproximadamente, 10 metros de altura, possui raízes pivotantes, ou seja, que penetram verticalmente no solo e não necessitam, diariamente, de adubo e água.