"Estou dilacerada", desabafoua jovem Ingrid Pereira Silva, de 26 anos, nesta terça-feira (29). Ela achou e desenterrou o corpo do irmão Iury Júnior Pereira, de 14 anos, após encontrar o chinelo dele na casa do principal suspeito do crime, que ocorreu em São Vicente, no litoral paulista. A Polícia Civil tenta identificar o responsável pela morte do adolescente.
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Ingrid prestou depoimento sobre o caso na 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Santos, nesta segunda-feira (28). Ela encontrou o corpo do irmão, que estava desaparecido há três dias, no último sábado (26). A jovem, que está grávida, relata que, desde então, tem vivido um pesadelo.
"Estou desde quinta-feira desesperada, tentando achar ele, e quando encontrei, fiquei mais desesperada. Meu irmão já estava em estado de decomposição. Isso não sai do meu psicológico, eu não consigo dormir", relata Ingrid.
A jovem encontrou o corpo do adolescente ao ir à casa de um morador novo no bairro Gleba, depois de relatos de que o irmão foi visto pela última vez com ele. Após encontrar o chinelo do menino no imóvel e questionar o homem, com apoio de outros moradores, ele revelou que a vítima estava no quintal da casa, onde a irmã encontrou o corpo parcialmente enterrado. Ele ainda não foi identificado e não há informações sobre seu paradeiro.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Santos, que realiza diligências para localizar o dono do imóvel onde o jovem foi encontrado.
Entenda o caso
Iury Júnior Pereira estava desaparecido desde a última quarta-feira (23). Valquíria Inacio Pereira, mãe de Iury, registrou boletim de ocorrência de desaparecimento na manhã de sábado. No registro, ela diz que o filho não tinha envolvimento com drogas, não fazia uso de remédio controlado e não costumava passar a noite fora de casa.
Valquíria disse que ele saiu para andar de bicicleta e não retornou, e que procurou o filho na casa de familiares e amigos, sem obter retorno. Nas redes sociais, ela colocou fotos dele pedindo ajuda para encontrá-lo. Após a mobilização, a família ouviu relatos de que ele foi visto pela última vez com o morador novo do bairro, que havia se mudado há cerca de dois meses.
A irmã encontrou o suspeito em frente à casa dele, que permitiu a entrada na residência. Ingrid encontrou um chinelo que Iury usava e, após os moradores pressionarem o suspeito, ele disse que a vítima estava no quintal da casa. A irmã foi até o local, onde localizou o corpo do adolescente, parcialmente enterrado. Além do corpo, os policiais encontraram uma grande quantidade de cordas e manchas de sangue em uma das paredes.
Os policiais informaram que, chegando ao local, o homem não se encontrava. No interior da casa, os móveis estavam depredados e quebrados. A equipe procurou vizinhos do suspeito, que não souberam informar sua identidade, já que o conheciam apenas por um apelido. Eles alegaram que o homem mora no bairro há cerca de dois meses.
"Esse homem veio para o bairro há pouco tempo, não sabíamos como eles se conheciam. Meu filho tinha 14 anos e era meu caçula", afirmou Valquíria Inacio Pereira. Em entrevista, ela pediu justiça pelo adolescente.
"Quero que a polícia ache quem fez isso com meu filho. Ele era uma criança, inteligente, nunca repetiu de ano. Na terça, falou que entrou no concurso para ganhar bolsa para treinar e entrar para a polícia. Eu fiquei muito feliz, pensando no futuro dele", completou Valquíria.