Itaú Cultural anuncia inscrições para o edital Rumos

O programa de fomento à produção artística e cultural brasileira abriu inscrições para a edição 2019-2020, que deve ser feita pela internet até o dia 18 de outubro.

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Mayara Dias

Enviada a São Paulo

A partir desta terça-feira, 3 de setembro, o Itaú Cultural torna abertas as suas inscrições para a edição Rumos Itaú Cultural 2019-2020, um programa de fomento do instituto para a produção artística e cultural brasileira. A participação é gratuita e deve ser efetuada exclusivamente pelo site rumositaucultural.org.br até as 23h59 de 18 de outubro — horário de Brasília. O resultado será divulgado até dia 25 de maio de 2020 e comunicado aos contemplados por telefone ou e-mail. A relação dos projetos será divulgada pela imprensa e no site www.itaucultural.org.br.

Há 22 anos, o Rumos, um dos primeiros e mais longevos editais do Brasil, fomenta a cultura e as artes brasileiras, apoiando a produção e difusão de trabalhos de artistas, produtores e pesquisadores brasileiros. Neste ano, reafirma a sua vocação e abre as inscrições para o edital do próximo biênio. No total, a iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras.

As Caminhadas Rumos também são mantidas no calendário da instituição. Percorrendo as 27 capitais do país, equipes do Itaú Cultural formadas por membros da Comissão de Seleção do Rumos apresentam o edital aos artistas, pensadores, pesquisadores, gestores da cidade e interessados no assunto, esclarecem dúvidas e trocam informações sobre a cena cultural local. Todos os encontros contam com interpretação em Libras.

A caminhada se inicia no dia 5 de setembro, em Cuiabá. Em Teresina, a apresentação e divulgação acontecerá no dia 11 de setembro, na Casa de Cultura de Teresina, com Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação e Relacionamento, e Valéria Toloi, gerente do Núcleo de Educação e Relacionamento.

Ana de Fátima | Crédito: Denise Andrade

“Que essa edição seja plural na diversidade de projetos, na forma de abordar os proponentes, mas acima de tudo seja plural em seu espírito. Acho que isso é a potência do programa, desse diálogo que precisa a todo momento se reafirmar. É um dos mais longínquos programas de fomento de democratização do acesso, de estímulo à participação, de contribuição da arte e da cultura brasileira no nosso território nacional", afirmou Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, acrescentando que na edição passada foram gastos R$ 15 milhões no total. “Este ano queremos ultrapassar esse valor com investimentos em todo o processo”, declarou.

Novidades do Programa

Saron destacou ainda que o Itaú trabalha com parcerias e que o chamamento do ano que vem terá uma especificidade diferente. “Essa parceria não se dá naturalmente em uma via de mão única, a gente oferece nossa experiência, a estrutura. Muitas das vezes o Rumos nos oxigena, nos impacta, nos afeta, e isso se aflorou o debate sobre a memória, o clamor que o país tinha de projetos que cuidassem da memória da cultura brasileira, por isso resolvemos dar ainda mais dimensão a esse tema, tanto que no ano que vem a gente vai ter um chamamento público além do Rumos, só para projetos de Memória, tamanha relevância que o tema tem. É claro que as pessoas podem e devem continuar enviando projetos dentro do Rumos. Essa parceria é sempre uma via de mão dupla, nós afetamos os artistas e os artistas nos afetam”, disse.

Eduardo Saron | Crédito: Denise Andrade

 Segundo Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação do Itaú Cultural, existem algumas mudanças no edital em relação à edição do ano passado. Este ano, o Rumos abriu opção para que o proponente possa colocar seu nome social; agora serão declarados um valor máximo para quem se inscrever como pessoa física – um total de 70 mil reais brutos, é importante salientar que projetos com valores acima desse limite terão a inscrição invalidada e a comissão de avaliação agora recomenda que os proponentes coloquem o máximo de informações possíveis sobre o roteiro e a ficha técnica na produção audiovisual.

Saiba como ocorre a seleção

Como nas edições anteriores, o processo de seleção dos projetos passa primeiramente por uma primeira fase seletiva, realizada pela Comissão de Avaliação formada por 40 profissionais contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país. Os nomes desta comissão serão revelados juntamente com os contemplados.

Em seguida, é iniciada a segunda fase do processo, quando passam por um profundo processo de avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 24 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores da própria instituição. Os critérios de ambas as fases são a singularidade do projeto, a sua relevância e consistência. Não há número mínimo ou máximo de projetos, propostas ou obras a serem contemplados. Esta decisão é de exclusiva atribuição da Comissão de Seleção do Rumos.

Vânia Leal | Crédito: Denise Andrade

Vânia Leal, curadora e pesquisadora de Belém e uma das avaliadoras do programa, afirmou que todos os projetos enviados são lidos e cada nota tem que ter sua justificativa. “Como avaliadora nesses processos, você imagina o que é avaliar 1.700 projetos de todo Brasil? Temos que operar e criar uma rotina, não deixar o cansaço vencer, se incluir naquele sentimento de olhar o edital com todo respeito. Esse projeto mudou o meu sentido de pensar no outro. O projeto é efetivamente lido, avaliado com carinho, são feitas todas as considerações que a gente acha importante dentro do programa. A gente quer que o Brasil esteja representado, então na seleção a gente vai com esse olhar também”, afirmou ela.

Ana Sousa disse ainda que as modalidades continuam as mesmas das edições dos anos anteriores. “Nós definimos em três, que são: criação e desenvolvimento, documentação -  que foi uma área que cresceu muito dentro desses programas todos que estamos fazendo - e pesquisas”, declarou ela, acrescentando que quando a pessoa é selecionada, ela ganha um produtor que a acompanha do início ao fim do programa.

Os membros da Comissão de Seleção são profissionais externos ao ltaú Cultural e gerentes do próprio instituto. São eles: a crítica de teatro e jornalista Beth Néspoli; o compositor e músico lan Ramil; o diretor, roteirista, produtor e escritor Joel Zito Araújo; o intérprete, criador, educador e pesquisador das artes da cena Kleber Lourenço; o comunicólogo, pesquisador e professor Leno Veras; a atriz, diretora teatral e educadora Lígia Cortez; o pesquisador e curador Luiz Camillo Osorio; a encenadora, pedagoga e professora de artes cênicas Maria Thais; a escritora e professora de escrita e literatura Noemi Jaffe; a cineasta do coletivo Plano 3 Filmes, Paula Gomes, a artista especializada em arte cibernética Rejane Cantoni, o fundador e diretor artístico da Orquestra Ouro Preto, Rodrigo Toffolo, e a mestra em comunicação, linguagem e cultura, Vânia     Leal.

Pelo Itaú Cultural, a comissão é formada pelos gerentes de núcleo: Ana de Fátima Sousa (Comunicação), Anna Paula Montini (Jurídico), Claudiney Ferreira (Audiovisual e Literatura), Edson Natale (Música), Galiana Brasil (Artes Cênicas), Gilberto Labor (Infraestrutura e Produção), Marcos Cuzziol (Inovação), Sofia Fan (Artes Visuais), Tânia Rodrigues (Enciclopédia), Tatiana Prado (Memória e Pesquisa) e Valéria Toloi (Educação e Relacionamento).

Mostra Rumos 2017-2018 teve 2 projetos selecionados

O ltaú Cultural exibe de 4 de setembro a 3 de novembro, em sua sede, em São Paulo, O Tempo das Coisas — Mostra Rumos 2017-2018. A mostra apresenta 17 trabalhos, entre os 109 projetos selecionados pelo programa. No total, cerca de 12,6 mil projetos foram inscritos. O Piauí apresentou 78 projetos na última edição, tendo dois selecionados de artistas já consagrados do Estado.

Fotógrafo Maurício Pokemon já teve trabalho contemplado pelo projeto| Crédito: Maurício Pokemon

Marcelo Evelin apresentou ‘A invenção da maldade’, um projeto de criação coreográfica que fica entre a performance e o espetáculo, e Maurício Pokemon foi contemplado com o projeto ‘VerdeVaz’, na temática artes visuais, onde mostra a pesquisa que o fotógrafo realizou em 2015 na comunidade ribeirinha da Boa Esperança, em Teresina. 

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