Análises preliminares das condições técnicas do jet ski que atropelou Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, indicam que o equipamento teria se movimentado menos de um minuto antes de atingir e matar a menina, no sábado de Carnaval, na praia de Guaratuba, em Bertioga (SP). De acordo com o perito João Alves Neto, informações mais detalhadas serão obtidas junto ao fabricante, a fim de definir se houve ou não falha no equipamento.
A conclusão da perícia e o depoimento de mais cinco pessoas, sendo quatro testemunhas que se encontravam na praia no momento do acidente, e de um garoto de 13 anos, que estava junto com o adolescente que teria atropelado a criança, são considerados fundamentais para a finalização do inquérito que, desde ontem (6), passou a ser presidido pela Delegacia Seccional de Santos.
Na segunda-feira, o delegado de Bertioga, Maurício Barbosa, havia informado que o relatório estava em fase de conclusão e que o adolescente seria apontado como responsável pelo acidente, mas que ninguém seria indiciado. Durante conversa com jornalistas ontem, o delegado seccional Rony da Silva Oliveira afirmou que o trabalho foi bem conduzido pela Delegacia de Bertioga, mas que o delegado Maurício estava sendo muito pressionado, razão pela qual a Seccional resolveu avocar para si o inquérito, que deve ser concluído em breve.
O acidente que provocou a morte da menina Grazielly, que estava na praia com a mãe e pela primeira vez frequentava uma praia, provocou um clamor popular, chamando a atenção das autoridades para o uso abusivo do jet ski, não só nas praias, mas nas represas das regiões interioranas. Ao tomar conhecimento da afirmação do delegado de Bertioga, na segunda-feira, a família da criança ficou revoltada. Mas ontem, ao saber do encaminhamento do inquérito à Seccional de Santos, os pais de Grazielly ficaram aliviados. Por intermédio de seus advogados, eles afirmaram que só querem justiça, que o caso seja analisado com seriedade para que outras crianças não venham enfrentar acidentes semelhantes.