Cumprindo uma promessa de campanha, uma das primeiras ações oficiais de Joe Biden como presidente foi o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris, que seu antecessor, Donald Trump, decidiu deixar em 2017.
Além disso, uma série de outros atos executivos foram assinados ainda nesta quarta-feira (20), muitos revertendo medidas tomadas por Trump. Entre os destaques, o retorno à Organização Mundial de Saúde (OMS), e o fim do veto à entrada de cidadãos de países muçulmanos nos EUA.
"Achei que com o estado da nação hoje não há tempo a perder. É começar a trabalhar imediatamente", disse o presidente.
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"Alguns dos atos executivos que vou assinar hoje vão ajudar a mudar o curso da crise da Covid e combater a mudança climática de maneiras que não fizemos até agora... acho que algumas das coisas que vamos fazer serão ousadas e vitais e não há hora melhor para começar do que hoje", acrescentou.
A paralisação da construção do muro na fronteira com o México também entrou na pauta dos atos executivos, através do fim do estado de emergência nacional que concedia fundos para a obra, bem como a determinação de obrigar o distanciamento social e o uso de máscaras em prédios e áreas federais e por funcionários públicos do governo e terceirizados.
Biden promete ainda para os 100 primeiros dias de governo vacinar 100 milhões e mudar completamente a abordagem de combate à pandemia, para reduzir seu impacto econômico e social.
Durante a assinatura, Biden contou a jornalistas que o ex-presidente Trump deixou uma carta "muito generosa" para ele no Salão Oval, mantendo uma tradição entre presidentes e seus sucessores. "Porque era particular, não falarei sobre ela até que converse com ele. Mas era muito generosa", disse Biden.
"Mais fortes"
Antes mesmo da assinatura da volta ao Acordo de Paris, a medida já foi saudada pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
"Estamos juntos. Seremos mais fortes para enfrentar os desafios de nosso tempo. Mais fortes para construir nosso futuro. Mais fortes para proteger nosso planeta. Bem-vindos de volta ao Acordo de Paris. Muitas felicidades neste dia tão significativo para o povo americano", disse Macron em uma mensagem.
Chegada à Casa Branca
O trajeto de Biden até a Casa Branca foi feito feito no carro presidencial e, depois, a pé. No caminho havia um forte esquema de segurança para evitar aglomerações por conta da pandemia de Covid-19 e também a atuação de ativistas extremistas, como ocorreu na invasão do Capitólio, no início do mês.
Toda a área ao redor do National Mall, onde fica a residência oficial do presidente americano, está fechada com cercas desde a última sexta-feira (15), e assim permanecerá até a noite de quinta-feira (21). Autoridades orientaram a população a evitar a região e pediram que apoiadores não viajassem à Washington para acompanhar o evento, que tradicionalmente traz multidões à cidade.
Biden assumiu a presidência no Capitólio, a sede do Congresso americano, numa cerimônia sem presença de Trump. Ele fez um discurso em que defendeu a união do país e destacou desafios como a pandemia da Covid-19.
Depois passou tropas em revista e homenageou os soldados americanos mortos no cemitério de Arlington, seguindo tradições das posses nos Estados Unidos.